O mercado imobiliário de Belo Horizonte prevê um segundo semestre de 2023 otimista, impulsionado pelo lançamento do novo programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” e pelo início do declínio da taxa básica de juros. Apesar de um crescimento modesto nas vendas de janeiro a junho em comparação com o mesmo período de 2022, o setor historicamente apresenta números mais robustos nos últimos seis meses do ano, elevando as expectativas.
O diretor de Estatística e Pesquisa de Mercado do CMI/Secovi-MG, Leonardo de Bessas Matos, ressalta que o programa federal deve estimular um aumento nas vendas e lançamentos de novas unidades habitacionais. Até o momento, Belo Horizonte viu poucos lançamentos de imóveis no âmbito do MCMV, mas a perspectiva é de uma mudança nesse cenário no segundo semestre, com potencial impacto positivo nos resultados do setor.
O corte gradual das taxas de juros liderado pelo Banco Central desde agosto está impulsionando otimismo para oportunidades de negócios no futuro, de acordo com Matos, um especialista. O mercado imobiliário, conhecido por seu fluxo constante de vendas, aliado à sazonalidade comumente favorável nos últimos meses do ano, também contribui para esse cenário positivo, segundo o diretor.
Estoque em patamar adequado, tendência de verticalização e protagonismo na locação
De acordo com Guilherme Werner, sócio da Brain Inteligência Estratégica, Belo Horizonte está vivenciando um momento promissor em seu cenário imobiliário. Ao contrário de algumas cidades brasileiras que enfrentam um excesso de propriedades disponíveis, Belo Horizonte e sua vizinha, Nova Lima, possuem um estoque relativamente modesto de cerca de 3.700 apartamentos novos à venda.
Esse número é significativamente menor em comparação com cidades litorâneas em Santa Catarina e é cerca de 60% a 65% inferior a cidades como Goiânia, que possui um mercado imobiliário próspero, apesar de ter uma população menor que a de Belo Horizonte.
Werner elabora que as ofertas disponíveis atualmente nas mãos de incorporadores e empresários do ramo imobiliário proporcionam uma sensação de segurança, pois não há sinais de excesso de oferta em nenhum segmento de produto, abrangendo desde opções acessíveis, como o programa “Minha Casa, Minha Vida”, até o mercado de luxo de alto padrão. Essa situação abrange todas as regiões dentro de Belo Horizonte.
Segundo informações obtidas junto a um sócio do setor imobiliário, a cena mensal na Capital indica mudanças significativas no mercado. Os dados demográficos da cidade estão influenciando a oferta de imóveis, apontando para uma tendência de maior verticalização. Este movimento se alinha a uma realidade nacional, onde também se observa um aumento notável no número de locações.
Resultados do mercado imobiliário no primeiro semestre
A CMI/Secovi-MG divulgou uma pesquisa conduzida pela Brain Inteligência Estratégica, baseada em dados do instituto Data Secovi, que analisa o desempenho do mercado imobiliário de Belo Horizonte no primeiro semestre de 2023. No geral, foram vendidas 12.163 unidades imobiliárias nesse período, apresentando um aumento discreto de 2% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que registrou 11.974 vendas.
No entanto, ao focar exclusivamente no segmento residencial, que engloba casas e apartamentos e exclui imóveis comerciais e loteamentos, o cenário é de crescimento notável. Esse setor registrou um aumento significativo de 14% nas vendas, sendo responsável por 10.750 unidades vendidas nos primeiros seis meses de 2023. Essa categoria representa em média 92% das unidades comercializadas na cidade e encerrou o semestre com uma fatia de mercado de 88%.
Um recente estudo sobre o mercado imobiliário revelou insights interessantes sobre as tendências de vendas e preços de propriedades no Brasil. O padrão de apartamento e casa mais popular foi identificado como o “standard”, com valores variando desde o limite do programa Minha Casa, Minha Vida até R$500 mil. Notavelmente, houve uma queda média de 3,7% no preço por metro quadrado de apartamentos, atingindo R$11.325, enquanto casas experimentaram uma redução de 11,4%, chegando a R$4.560 por metro quadrado.
Ao analisar bairros específicos, o bairro Belvedere se destacou com o metro quadrado de apartamento mais caro, atingindo R$26.655/m², enquanto Canaã ofereceu o metro quadrado mais acessível a R$2.322. No segmento de casas, o bairro Funcionários apresentou o metro quadrado mais valorizado, com R$12.666, em contraste com a Vila Vista Alegre, onde o preço por metro quadrado foi de apenas R$1.283.
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Informações retiradas de Thyago Henrique à Diário do Comercio