Com o aumento da taxa básica de juros, o mercado imobiliário brasileiro enfrenta um grande desafio. O financiamento habitacional, que depende diretamente do custo do crédito, está sob pressão, e os potenciais compradores podem ter dificuldade em acessar o crédito necessário para adquirir imóveis.
Para tentar minimizar esse impacto, o setor busca alternativas e já coloca algumas opções sobre a mesa, mas ainda sem uma definição clara de qual será a melhor solução.
Redução dos depósitos compulsórios na poupança
Uma das principais alternativas é a redução dos depósitos compulsórios da caderneta de poupança. Hoje, a poupança é a principal fonte de financiamento para a construção de imóveis, e a ideia do setor é que o Banco Central diminua de 20% para 15% o recolhimento dos depósitos obrigatórios, o que poderia liberar até R$ 60 bilhões, segundo estimativas.
Renato Correia, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), falou sobre a importância dessa medida corretiva: “Nós pedimos muito ao Banco Central para liberar parte dos compulsórios no final do ano, não como uma medida permanente, mas para ajudar as obras que estavam paradas por falta de financiamento.”
Redução do prazo de emissão de LCI
Outra medida em discussão é a redução do prazo de emissão das Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Atualmente, o vencimento dessas letras é de nove meses, mas o setor está pressionando para diminuir esse prazo para três meses, o que atrairia mais investidores.
Filipe Pontual, diretor executivo da Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança), explicou a vantagem: “A redução do prazo pode atrair mais depósitos e permitir que o investidor tenha o dinheiro disponível mais rapidamente, caso precise, mesmo que isso implique em um risco momentâneo de vender a taxa de mercado antes do vencimento.”
Desbloqueio do Saque Aniversário do FGTS
Por fim, outra proposta é o desbloqueio de parte do saldo do FGTS comprometido pelo saque aniversário. Hoje, cerca de um terço dos R$ 60 bilhões disponíveis no FGTS estão bloqueados por esse programa. O setor sugere a criação de uma nova modalidade de crédito pessoal, em que os bancos possam utilizar outras garantias de crédito, permitindo o desbloqueio do saldo comprometido.
O impacto do mercado imobiliário
O mercado imobiliário brasileiro é um dos principais motores da economia nacional. Apenas o setor residencial movimenta cerca de R$ 300 bilhões anualmente. No ano passado, por exemplo, foram vendidas 103,3 mil unidades habitacionais. Por isso, o sucesso dessas iniciativas pode ser fundamental para garantir a saúde do setor nos próximos meses.
Informações retiradas de Wesley Santana ao Investidor10.
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