O mercado de escritórios de alto padrão no Rio de Janeiro (RJ) está em plena recuperação após dois anos de declínio. Empresas estão optando por espaços de alto padrão (A+ e A), deixando os prédios mais antigos e desatualizados (classe B) para trás. Em 2022, a atividade de locação superou significativamente a de desocupação, indicando uma mudança positiva no setor.
O edifício Linneo de Paula Machado, localizado no Centro, é considerado o mais bem localizado edifício de alto padrão da região e já possui ocupação superior a 80%. Apesar de ter mais de 30 anos, o edifício está atualizado com equipamentos e tecnologias de última geração e abriga empresas renomadas.
Com seus 34 andares, andares espaçosos e uma localização privilegiada, com vistas para o mar e construções históricas, o edifício é uma escolha atraente para empresas em busca de um espaço de alto padrão no RJ.
No segundo trimestre de 2023, o movimento de migração para espaços de maior qualidade tem tido um impacto crescente nas estatísticas de ocupação de escritórios na cidade. Segundo a plataforma SiiLA Market Analytics, especializada em medir a ocupação de escritórios, a taxa de vacância para andares corporativos A+ e A ficou em apenas 32,4% em toda a cidade.
Uma das áreas comerciais mais importantes, o Centro do RJ, apresentou uma taxa de ocupação de empreendimentos de alto padrão de 73,5%, aproximando-se dos índices pré-crise. A aquisição do edifício Serrador pela Câmara Municipal contribuirá para reduzir a vacância, com 24.000 metros quadrados ocupados pela entidade pública.
Enquanto a ocupação dos prédios de alto padrão está se tornando uma realidade, os prédios mais antigos ainda não veem mudanças em seus índices de ocupação. A tendência é que, assim como aconteceu com o tradicional Edifício Ferreira Neves, na Rua da Quitanda 20, outros prédios se tornem mistos ou residenciais para se adaptar à demanda do mercado.
Especialistas comentam
De acordo com corretores consultados, a má aparência de alguns prédios de categoria “B” que eram muito procurados no passado tem contribuído para sua vacância. Muitos desses edifícios, antes reputados e valorizados, foram alvo de pichações durante as manifestações de 2013 e ainda apresentam fachadas em desalinho. Um caso emblemático é o prédio da Rodrigo Silva, 26, localizado na valorizada esquina da rua da Assembleia, que possui fachada de mármore e vidro, mas agora está todo grafitado, tornando-se indesejável.
O corretor Nelson Borges, do setor de corporativos da Sergio Castro, relata que mais de 10 clientes recusaram visitar o imóvel devido a sua aparência. Os clientes preferem escolher prédios com boa aparência, e vários outros edifícios da chamada “categoria B” estão enfrentando falta de procura devido à negligência de seus proprietários em pressionar os síndicos para melhorar a aparência dos imóveis.
Com a implementação do Programa Reviver Centro no RJ, políticas públicas visam impulsionar um renascimento na região central da cidade. Com o retorno ao trabalho presencial, a expectativa é que funcionários busquem moradias próximas aos seus locais de trabalho, reduzindo o tempo de deslocamento.
Objetivos eminente
O objetivo é atrair mais moradores para os bairros do Centro, Glória, Santa Teresa e Lapa, promovendo a revitalização urbana e ambiental, bem como a preservação de prédios existentes e a construção de novos empreendimentos imobiliários residenciais.
A região da Praça XV está passando por uma grande revitalização e se torna uma das principais áreas gastronômicas da cidade, também atraindo pessoas nos finais de semana. Da mesma forma, a região da Escadaria do Selaron também está experimentando um fenômeno semelhante, com o Centro retomando seu status de destino turístico e de lazer, além de ser conhecido apenas como local de trabalho.
O mercado imobiliário do Rio de Janeiro vislumbra um futuro promissor com a combinação do Plano Diretor Revisado e do Plano Urbano Reviver Centro. A revisão do Plano Diretor e a implementação do Reviver Centro estão impulsionando a recuperação do setor de escritórios e valorizando propriedades localizadas no coração da cidade.
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Informações retiradas de Larissa Ventura à Diário do Rio
