Apesar das taxas de juros ainda elevadas e das dúvidas sobre o mercado de crédito imobiliário (CI), o setor tem mostrado sinais positivos nos últimos meses. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) revelam que junho de 2024 foi o melhor mês em valores financiados nos últimos 15 meses, atingindo R$ 17 bilhões. Esse valor representa um crescimento de 28,3% em relação ao mesmo período do ano anterior e 3% em comparação a maio de 2024.
Embora o início de 2024 ainda refletisse um mercado retraído, a partir de abril houve uma virada positiva. Em 2021, o setor teve seu melhor ano da história, mas os anos subsequentes enfrentaram desafios devido a cenários econômicos inconstantes e a redução de benefícios que vigoraram durante a pandemia de Covid-19. Além disso, o aumento das taxas de juros para conter a inflação tornou o acesso ao crédito mais restritivo.
No entanto, vários fatores indicam uma visão otimista para o futuro do mercado de CI. A taxa de aprovação de novos financiamentos aumentou cerca de 60% em relação ao ano passado, mantendo o mesmo perfil de clientes. Observa-se também uma leve redução nas taxas de juros, em torno de meio ponto percentual, e uma maior flexibilidade nas políticas de crédito dos bancos, que agora estão dispostos a negociar com não correntistas.
Essa conjuntura política e econômica favorável deve incentivar o aquecimento da atividade econômica por meio do crédito. Embora a precificação ainda seja sensível e deva caminhar lentamente, há oportunidades de negociação no mercado imobiliário devido à demanda reduzida. Esse cenário permite que o custo mais elevado do crédito imobiliário seja compensado em negociações favoráveis na hora de comprar o imóvel.
Os investidores e o público em geral estão olhando para o crédito imobiliário com bons olhos novamente, aproveitando a oportunidade para tirar negócios do papel, mudar carteiras de investimento e aproveitar as novas possibilidades. Esse cenário de mudança de realidade indica boas perspectivas à frente.
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Informações retiradas de Felipe Giroleti ao Estadão
