O mercado imobiliário de alto padrão não será afetado pela atual conjuntura econômica de juros altos, as eleições presidenciais e aumento da inflação. O segmento residencial, que em 2021 atingiu um crescimento histórico de 226% comparado ao ano anterior. Para 2022 espera-se um cenário de alta, embora com ritmo menos acelerado.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, as expectativas favoráveis ao lançamento de novos e aquisições de terrenos sinalizam excelente crescimento para o setor. “Os indicadores mostram que os empresários esperam manter o ritmo dos negócios em vez de reduzi-lo, apesar da cautela exigida pelo momento econômico”, segundo ele.
Os valores do metro quadrado no Brasil estão bem abaixo do mercado internacional, isso justifica o aquecimento do mercado mesmo com a elevação dos preços.
A procura por conforto, espaço e praticidade ocasionados pela pandemia impulsionam a procura por imóveis de alto padrão. Segundo André Kiffer, sócio-diretor da Inti Empreendimentos: “O que pode ocorrer, sim, é uma redução da procura por imóveis com perfil de investimento. Mas, dentro de perfil residencial com objetivo de moradia, a demanda por projetos luxuosos deverá continuar forte ao longo deste ano”. Sobretudo porque o perfil de clientes que investem nesse tipo de aquisição não são impactados pela conjuntura econômica atual nem mesmo as eleições.
Em 2021, vendas no setor de alto padrão aumentaram 21%
No ano de 2021, os lançamentos no segmento somaram 64.505 unidades, um crescimento recorde de 226% em relação a 2020. Mesmo com o aumento de preços no quarto trimestre do ano passado, a tendência de alta se manteve estável, algo que se especula ser reflexo de custo e de manutenção na procura por imóveis.
Dados reunidos junto a 55 construtoras entre 20 de janeiro e 30 de fevereiro mostram que no quarto trimestre do ano a procura por imóveis de alto padrão se manteve após a refração do período anterior.
Esse crescimento histórico sinaliza o bom desempenho das incorporadoras. Segundo Luiz França “O setor representa uma grande porta de entrada para o mercado de trabalho e é hoje responsável por cerca de 9% dos empregos gerados no Brasil, é um dos protagonistas no processo de recuperação econômica brasileira, mantendo-se resiliente”.
Fonte: Valor