O governo do Distrito Federal, por meio do Instituto de Pesquisa e Estatística (IPE-DF), divulgou um mapeamento preocupante do déficit habitacional na região. De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD 2021), cerca de 100.701 residências estão em condições inadequadas para proporcionar qualidade de vida às famílias. Isso representa quase 10% do total de 963.812 domicílios registrados na pesquisa.
Os números são ainda mais alarmantes quando analisamos os tipos de inadequação habitacional. Entre as residências afetadas, 20.515 estão em situação precária, 15.163 sofrem com a coabitação forçada e 66.917 enfrentam um ônus excessivo com aluguel.
Os problemas habitacionais são mais acentuados nas regiões administrativas de média e baixa renda, onde 48.977 domicílios, correspondendo a 48,64% do total, estão em situação precária. Destacam-se áreas como Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Planaltina, Santa Maria, Recanto das Emas e São Sebastião.
As estatísticas também revelam disparidades de gênero e raça nesse cenário. A maior parte dos chefes de família em domicílios com déficit habitacional são mulheres, totalizando 58,50%. Além disso, a população negra é a mais afetada, representando mais de 70,04% dos casos.
Um terço dessas famílias frequentemente não possuem recursos para manter uma alimentação saudável e variada, e 11,33% vivem em situação de insegurança alimentar grave, com 8,32% em insegurança moderada e 21,27% em insegurança leve.O IPE-DF também identificou que 46% das residências em déficit habitacional são ocupadas em imóveis não escriturados, e 81.000 desses lares são alugados.
Déficit habitacional
No estudo sobre habitação precária e suas implicações, a coordenadora de Estudos Territoriais do IPE-DF, Anamaria Aragão, destaca a importância de abordar o problema do déficit habitacional a partir de uma análise qualitativa da moradia. Isso envolve identificar domicílios que são improvisados, ou seja, espaços não destinados para essa finalidade, bem como aqueles em locais apropriados, mas em condições físicas precárias, conhecidos como domicílios rústicos.
Além disso, o estudo aborda a coabitação, que se refere à convivência de múltiplos núcleos de pessoas em um mesmo domicílio, independente de grau de parentesco ou contribuição financeira. Essa análise também engloba moradias em cômodos ou cortiços, levando em consideração questões de salubridade.
Outro ponto importante é o ônus excessivo com aluguel, que avalia o número de domicílios com renda limitada comprometendo mais de 30% da renda com aluguel, dependendo da dinâmica de renda e valores de aluguel.
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Informações retiradas de Francisco Dutra à Metrópoles