Nesta semana, o Banco Central decidiu manter a taxa de juros em 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023. Para Guilherme Gregori, CEO da Paes & Gregori, apesar de parecer algo negativo, especialmente para investidores ou compradores iniciantes, o resultado da reunião foi positivo para o mercado imobiliário. “Imóveis são ativos de longo prazo e, portanto, têm maior sensibilidade às taxas de juros de longo prazo”.
Gregori destaca que a decisão unânime do Banco Central, principalmente após os comentários do presidente Lula, reforça a confiança no comprometimento da instituição com o combate à inflação a longo prazo, o que pode levar à queda das taxas de juros de longo prazo, beneficiando o mercado imobiliário como um todo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), baseado em dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), subiu 0,78% em maio. Embora tenha havido desaceleração em comparação a abril, quando registrou alta de 0,96%, a taxa interanual cresceu de 10,83% em abril para 11,24% em maio, a maior desde julho de 2023.
Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), também mostraram aceleração, indicando um mercado aquecido nos setores de construção e locação residencial.
Os preços dos aluguéis, medidos pelo Ivar, acumulam um aumento interanual de 9,45% até maio, acompanhando o movimento do IGMI-R, que avançou 11,24% no mesmo período. Esses índices contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou alta de 3,93% até maio de 2024, em comparação a 3,69% no mês anterior.
“A recuperação observada no início de 2024 vem se confirmando como uma tendência positiva para o setor imobiliário, impulsionada pelos cortes acumulados na taxa Selic até maio de 2024. No entanto, a autoridade monetária ressalta que essa tendência precisará ser reavaliada, diante dos desafios que se acumulam no cenário doméstico e internacional. A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos”, destaca o estudo.
Em maio, o mercado imobiliário registrou aceleração dos preços em apenas três das 10 cidades integrantes do IGMI-R. As cidades do Sudeste e Nordeste mostraram essa tendência, com Rio de Janeiro e Belo Horizonte no Sudeste (crescendo de 0,11% para 0,40% e de 1,96% para 2,86%, respectivamente), e Salvador no Nordeste (de 0,76% para 3,55%).
A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros cinco meses de 2024 foi de 6,06%, a maior taxa acumulada para o período desde 2020, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário. Essa tendência foi observada em diversas cidades do país, incluindo Belo Horizonte (14,44%), Brasília (9,75%) e Salvador (9,38%).
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Informações retiradas de Monitor Mercantil.