O Largo da Batata, localizado em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, vem passando por uma transformação nos últimos anos. Conhecido por sua origem ligada ao comércio de alimentos nas décadas de 1920 e 1930, e por ter sido um ponto estratégico de transporte, o local agora se destaca pela valorização imobiliária e pela chegada de empreendimentos residenciais de alto padrão.
Segundo o índice FipeZap, Pinheiros é hoje um dos bairros mais valorizados da capital paulista, com o preço médio do metro quadrado para compra em R$17.976 — uma alta de 7,8% nos 12 meses até fevereiro. Para aluguel, o valor médio é de R$90,90 por metro quadrado, um aumento de 9,1% no mesmo período. No entorno do Largo da Batata, os valores variam entre R$9,8 mil e R$21 mil por metro quadrado, com imóveis usados custando entre R$574 mil e R$1,6 milhão.
Com esse cenário, construtoras como SKR, Benx e You.Inc passaram a apostar na região com novos empreendimentos. Um dos destaques é o Ollie 117, da SKR, localizado na rua dos Pinheiros. O projeto oferece desde studios até apartamentos de três dormitórios, e inclui espaços como coworking, piscina e salão de festas em andares elevados, aproveitando a vocação corporativa do bairro.
“Esse eixo comercial da Faria Lima tem muitos clientes da própria região porque pessoas que querem morar perto do trabalho”, afirma João Leonardo Castro, diretor de desenvolvimento da SKR. Segundo ele, um dos desafios é conseguir compor terrenos na área para novos projetos.
Outro exemplo é o Faena, da Even, na avenida Eusébio Matoso. O empreendimento une hotel e residências de luxo, com valores que chegam a R$40 mil por metro quadrado.
Apesar da presença de grandes empresas e altos investimentos, especialistas afirmam que a valorização ainda está em processo. “Creio que a valorização continua em ascensão”, diz Gustavo Favaron, presidente do GRI Club. Ele destaca o interesse de empresas de tecnologia, finanças e direito, além do impacto do próximo leilão de Cepacs, que pode ampliar o potencial construtivo da região.
Desde 2021, o Largo da Batata começou a entrar no radar dos empreendimentos corporativos de alto padrão com a inauguração do Faria Lima Plaza. Avaliado em R$1,2 bilhão, o prédio abriga empresas como Shopee, Uber e, em breve, Klabin. Segundo Fábio Martins, da JLL, a ocupação ultrapassa os 90%: “É um empreendimento de alto padrão que trouxe bons inquilinos, grandes marcas. Isso traz todo um público que pode mudar a região”.
Além dos prédios residenciais e comerciais, o bairro também ganha em revitalização urbana. A gestora Jacarandá Capital adquiriu 29 imóveis entre as ruas Fernão Dias e Martim Carrasco, criando o Lapi — um espaço a céu aberto com lojas, cafés e restaurantes. O projeto foi desenvolvido pelo estúdio SuperLimão, com foco na integração urbana, segurança, iluminação e convivência.
“Acabamos criando espaços acolhedores, com segurança, iluminação e música. Trabalhamos até mesmo no tipo de cheiro que a área ia ter”, afirma Thiago Rodrigues, sócio do escritório de arquitetura.
Mesmo com incertezas sobre o futuro uso de algumas áreas, especialistas apontam que a tendência da região é crescer como um polo residencial. A menor exigência de Cepacs para moradias, em comparação a prédios corporativos, reforça esse movimento.
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Informação retirada de Lucas Agrela ao Estadão