Em 2024, os potenciais compradores de imóveis residenciais em São Paulo enfrentarão uma oferta de lançamentos de novos empreendimentos na planta igual ou superior à do ano anterior. No entanto, para aqueles que preferem apartamentos prontos ou em fase final de construção, haverá menos unidades disponíveis em comparação com 2023.
Isso se deve a uma diminuição no estoque ao longo do último ano, resultado de vendas superiores aos lançamentos de novos empreendimentos.
O último Boletim Focus revelou um cenário promissor para a economia brasileira, com a inflação e a taxa básica de juros em queda. As projeções indicam um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,87%, abaixo do registrado em 2023, e uma Selic de 9%, representando uma redução em relação aos 11,25% atuais. Além disso, a renda da população está em ascensão, enquanto o endividamento das famílias apresenta queda, apesar de permanecer em um nível elevado.
O aumento da confiança do consumidor também é destacado como um fator positivo, sugerindo um ambiente propício para o consumo e o investimento.
Em 2023, na cidade de São Paulo, o lançamento de unidades residenciais de padrões médio e alto registrou uma queda de 18%, totalizando 36,4 mil unidades, enquanto as vendas aumentaram em 15%, atingindo 40,2 mil unidades, de acordo com dados do Secovi-SP. A entidade projeta uma estabilidade a um crescimento de 5% nos volumes apresentados e comercializados neste ano.
No final do ano, os estoques destinados às faixas de renda média e alta representavam 12 meses de vendas, em comparação com 16 meses no ano anterior. O presidente executivo do Secovi-SP, Ely Wertheim, destacou que o atual nível de estoques é um “ponto de atenção importante” para o setor imobiliário.
Queda da Selic deve estimular lançamentos residenciais em São Paulo
Segundo o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, a queda da taxa de juros está impulsionando uma tendência de aumento nos lançamentos e nas vendas de imóveis neste ano. França incentiva aqueles que desejam comprar a casa própria a agirem agora, argumentando que os imóveis no Brasil ainda são consideravelmente mais baratos do que em outras cidades globais.
Ele enfatiza que, apesar da demanda por residências de qualidade, os preços dos terrenos não devem retroceder, destacando a importância de aproveitar o momento favorável no mercado imobiliário.
Alberto Ajzental, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que “está mais caro e mais difícil comprar um imóvel”, mas pondera que o principal é se a pessoa tem as circunstâncias necessárias para a aquisição do bem. “A compra da casa própria depende 80% das condições do cliente e 20% do mercado, exceto em caso de eventos extremos”, diz o professor da FGV.
Nenhuma outra compra, diz Ajzental, exige um comprometimento de renda “tão grande e por tanto tempo”. “Em 25 anos de financiamento, a pessoa vai passar por tantas situações na vida que 80% do que importa para a decisão [de adquirir um imóvel] é se o comprador se sente seguro para se comprometer em termos familiares, de emprego, de salário ou do negócio que possui”, acrescenta o professor da FGV.
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Informações retiradas de Chiara Quintão à Money Times