O levantamento realizado em 196 cidades pelo Brasil mostrou que o lançamento de imóveis residenciais desacelerou em 2022. O setor imobiliário, que em 2020 e 2021 apresentou um crescimento significativo de lançamentos, diminuiu o ritmo neste ano.
A oferta de novos imóveis nos três primeiros meses de 2022 caiu 42,4% em comparação com o último trimestre do ano anterior. Já com relação ao mesmo período do ano passado, a diferença foi menor.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins entende que “É natural do primeiro trimestre ser inferior ao último. O que não é natural é ser tão grande esse degrau. Por que isso? O que da questão toda essa? É que a inflação de custo da construção foi três vezes o tamanho da inflação da economia do Brasil como um todo. E isso gerou um descasamento entre a capacidade de compra das famílias e o preço do imóvel.“
Todas as cinco regiões do país registraram redução no número de unidades residenciais lançadas, com destaque para a região sudeste com queda de mais de 50%. No setor de baixa renda essa desaceleração foi ainda mais expressiva, sobretudo para lançamentos do programa Casa Verde e Amarela, cuja redução foi 40% menor na comparação com o último trimestre de 2021.
O aumento dos insumos na construção civil fizeram com que as construtoras pisassem no freio. Apesar disso, é expressivo o crescimento dos números de contrato com carteira assinada na construção civil, com destaque para março, mês que chegou ao maior patamar desde o início da pandemia. No entanto, esses indicadores refletem as vendas feitas em 2020 e 2021.
“As vendas reagiram muito favoravelmente e, agora, as obras que foram lançadas e vendidas estão em plena atividade, iniciando, em pleno processo produtivo. Agora, claro, na medida que você tem um arrefecimento disso, isso vai afetar a continuidade desse ciclo”, explica Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção da FGV IBRE.
Fonte: G1