Jovens chineses, desiludidos com o estresse das grandes cidades e em busca de uma vida mais tranquila e significativa, estão migrando para Jingdezhen, no leste da China. Essa cidade, conhecida como a capital mundial da cerâmica, atrai esses indivíduos em busca de uma mudança de ritmo.
Com aluguéis acessíveis, um estilo de vida mais calmo e a proximidade com a natureza, Jingdezhen tornou-se um refúgio para os amantes do artesanato e oferece uma sensação de liberdade para quem busca uma pausa do agitado dia a dia. He Yun, uma ilustradora de 28 anos, é um exemplo disso, afirmando que agora não sente mais pressão desde que se mudou para essa cidade.
A ilustradora que se mudou para uma cidade após perder o emprego celebra sua nova vida. Ela desfruta de um aluguel muito mais acessível em comparação com cidades como Pequim e Xangai, o que lhe permite ter maior controle sobre seu tempo. Atualmente, ela se dedica à confecção de castiçais e colares de cerâmica em uma oficina com amigos.
Ela aproveita seu tempo livre relaxando nas ribeiras de bairros próximos. Seus produtos são divulgados no Xiaohongshu, o equivalente chinês ao Instagram, e ela também os vende principalmente em mercados locais. A mudança de vida trouxe novas oportunidades para essa ilustradora.
Procurando um sentido
O desemprego entre os jovens chineses atingiu um recorde, ultrapassando os 20%, de acordo com dados oficiais. Nesse contexto, as redes sociais têm transformado Jingdezhen em um refúgio para aqueles em busca do estilo de vida conhecido como “tangping”, que envolve abrir mão de carreiras de alto rendimento em troca de uma vida mais simples.
Jingdezhen abriga a Escola de Cerâmica Dashu, onde muitos investem em treinamento acessível, custando cerca de 4.500 yuans por mês (aproximadamente US$615 ou R$3.000).
Fugindo das das pressões da vida
Jovens chineses estão deixando a China, não por motivos ideológicos, mas para escapar de uma cultura de trabalho altamente competitiva, pressões familiares e oportunidades limitadas, após três anos de restrições pandêmicas rigorosas. O Sudeste Asiático, devido à sua proximidade, custo de vida mais baixo e clima tropical, tornou-se um destino popular para esses jovens.
Embora não haja estatísticas precisas sobre o número de pessoas deixando a China desde o relaxamento das restrições pandêmicas, a plataforma chinesa de rede social Xiaohongshu tem visto debates sobre essa tendência, especialmente em relação à Tailândia.
Muitos jovens chineses estão obtendo vistos para estudar a língua tailandesa como primeiro passo em sua jornada de mudança. A Duke Language School, sediada em Bangcoc, relata que cerca de 180 chineses por mês procuram informações sobre vistos e cursos de língua tailandesa.
Essa busca por oportunidades no exterior é, em parte, impulsionada pela alta taxa de desemprego entre os cidadãos chineses de 16 a 24 anos, atingindo um pico de 21,3% em julho. A falta de oportunidades de emprego de qualidade adiciona pressão às longas horas de trabalho na China. Deixar o país está se tornando uma escolha cada vez mais popular entre os jovens para lidar com a mobilidade social em declínio.
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Informações retiradas de Estadão