O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março foi de 0,71% e ficou 0,13 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (0,84%). No ano, o IPCA acumula alta de 2,09% e, nos últimos 12 meses, de 4,65%, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a variação havia sido de 1,62%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em março. A exceção foi Artigos de residência (-0,27%), que tinha subido 0,11% em fevereiro. O maior impacto (0,43 p.p.) e a maior variação (2,11%) no índice do mês vieram de Transportes. Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%), que desaceleraram ante o mês anterior, contribuindo com 0,11 p.p. e 0,09 p.p, respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,05% de Alimentação e bebidas e o 0,50% de Comunicação.
Nos Transportes (2,11%), o principal destaque foi a gasolina (8,33%), subitem com maior impacto individual no índice do mês (0,39 p.p.). O etanol (3,20%) também subiu, enquanto gás veicular (-2,61%) e óleo diesel (-3,71%) continuaram em queda. As passagens aéreas, que já haviam recuado 9,38% em fevereiro, caíram 5,32% em março.
Ainda em Transportes, as tarifas de táxi (0,52%) sofreram reajuste de 11,54% em Belo Horizonte (5,43%), a partir do dia 13 de fevereiro. Também houve reajustes em ônibus intermunicipal (0,90%) na região metropolitana do Rio de Janeiro (8,62%), a partir de 18 de fevereiro, e nas tarifas de ônibus urbano (0,84%) em quatro áreas: Curitiba (9,09%), com reajuste de 9,09% a partir de 1º de março; Fortaleza (6,04%), com reajuste de 15,75% a partir de 19 de março; Campo Grande (5,68%), com reajuste de 5,68% a partir de 1º de março; e São Luís (5,26%), com reajuste de 7,69% a partir de 19 de fevereiro.
Cabe registrar ainda a alta de 6,35% no subitem trem, que reflete um reajuste na região metropolitana do Rio de Janeiro (13,85%), onde as tarifas para a população em geral foram reajustadas em 48% a partir de 9 de fevereiro. Já a alta de pedágio (0,24%) é consequência de reajustes em praças de pedágio em Porto Alegre (1,46%) e Curitiba (0,93%).
O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,82%) foi influenciado principalmente pela alta de 1,20% do plano de saúde, que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023. Os itens de higiene pessoal (0,72%) registraram variação menos intensa ante o mês anterior (2,80%). Os artigos de maquiagem subiram 4,80%, enquanto os produtos para pele tiveram queda de 2,42% em março.
No grupo Habitação (0,57%), a maior contribuição (0,09 p.p.) veio da energia elétrica residencial (2,23%). As variações das áreas ficaram entre -0,65% em Belém, onde houve redução de PIS/COFINS e aumento da alíquota de ICMS, até 9,79% em Porto Alegre, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas no cálculo do ICMS, a exemplo do que ocorreu em outras áreas, como Belo Horizonte (4,43%), Curitiba (3,88%) e Vitória (2,86%). No Rio de Janeiro (2,57%), foram aplicados reajustes de 7,49% e 6% pelas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março.
A alta de 0,03% na taxa de água e esgoto decorre da apropriação residual do reajuste de 11,81% em Salvador (0,66%), a partir de 30 de janeiro. A queda em gás encanado (-0,11%) decorre da redução de 2,86% nas tarifas do Rio de Janeiro (-0,37%), a partir de 1º de fevereiro.
O resultado do grupo Alimentação e bebidas (0,05%) foi influenciado pela queda da alimentação no domicílio, que passou de 0,04% em fevereiro para -0,14% em março. Houve queda mais intensa nos preços da batata-inglesa (-12,80%) e do óleo de soja (-4,01%), e foram registrados recuos nos preços da cebola (-7,23%), do tomate (-4,02%) e das carnes (-1,06%). No lado das altas, destacam-se a cenoura (28,58%) e o ovo de galinha (7,64%).
A alimentação fora do domicílio variou 0,60%, acima do registrado no mês anterior (0,50%). Enquanto o lanche acelerou de 0,57% para 1,09%, a refeição (0,41%) ficou com resultado próximo ao de fevereiro (0,38%).
O resultado de Artigos de residência (-0,27%), único grupo com variação negativa em março, foi puxado pelas quedas nos preços dos itens de tv, som e informática (-1,77%), principalmente do televisor (-2,15%) e do computador pessoal (-1,08%). Os eletrodomésticos e equipamentos (-0,23%) também registraram queda, após alta de 0,45% em fevereiro.
Todas as áreas tiveram alta em março. A maior variação foi em Porto Alegre (1,25%), em função das altas da gasolina (10,63%) e da energia elétrica residencial (9,79%). Já a menor variação foi registrada em Fortaleza (0,35%), influenciada pelas quedas de 17,94% do tomate e de 2,91% do frango inteiro.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 1º a 29 de março de 2023 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de janeiro a 28 de fevereiro de 2023 (base).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
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Informações retiradas do IBGE