Apesar da expectativa de desaceleração do IPCA-15 de abril, analistas alertam que a inflação segue em patamar elevado. A taxa deve ser cerca de duas vezes maior que a registrada no mesmo mês de 2024, sustentada principalmente pelos preços dos alimentos, que continuam em trajetória de alta.
“A alimentação segue como o principal vetor inflacionário, com aumentos disseminados e persistentes”, apontam dados de alta frequência da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A prévia do índice será divulgada na sexta-feira (25) pelo IBGE.
Outros grupos também têm contribuído para a manutenção da inflação em níveis elevados. Setores como habitação e saúde mostraram variações relevantes, sinalizando que as pressões inflacionárias vão além do comportamento dos alimentos.
No setor da construção civil, o alerta também está aceso. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), que será divulgado na mesma data pela FGV, está prestes a renovar sua máxima em 12 meses. Uma variação de apenas 0,42% em abril já levaria o acumulado anual ao maior patamar desde o período pós-pandemia.
“Estamos diante de um mercado de trabalho aquecido no setor, o que eleva os custos e pressiona os preços finais”, explica um analista. Desconsiderando os choques da Covid-19, a variação anualizada do índice seria a mais alta desde novembro de 2015, com os salários como principal fator de aceleração.
Essa dinâmica preocupa o mercado, especialmente num momento em que o ciclo de alta da taxa Selic se aproxima do fim. O temor é de que as pressões de custo se disseminem por outros setores da economia.
No cenário internacional, os olhos se voltam para os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que também serão divulgados na sexta-feira. Apesar dos sinais de desaceleração econômica, o número de novos pedidos de seguro-desemprego segue surpreendendo positivamente, marcando a 7ª semana consecutiva de resultados abaixo das expectativas.
“O mercado de trabalho norte-americano ainda mostra força, o que pode adiar os cortes de juros esperados para este ano”, avaliam especialistas. A expectativa é que o Federal Reserve adote uma postura conservadora, com o próximo corte da taxa básica de juros projetado apenas para junho.
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Informações retiradas de André Galhardo ao MoneyTimes