Mesmo com o pessimismo em relação ao cenário econômico nacional, o mercado imobiliário deve manter e até ampliar os investimentos em 2025. De acordo com levantamento da consultoria Brain Inteligência e Estratégia, especializada no setor, 80% dos empresários acreditam que a economia brasileira vai piorar neste ano. Entre eles, 16% preveem um cenário “muito pior” que o de 2024.
Apesar disso, o sentimento dentro das empresas é outro: cerca de 40% dos empresários esperam um desempenho melhor de seus negócios em 2025 e planejam investir mais. Apenas 12% indicaram que devem reduzir os aportes. “A nossa expectativa é de que o mercado fique estável ou cresça um pouco menos do que no ano passado, o que ainda seria um dos melhores resultados da história”, afirma Fábio Tadeu Araújo, presidente da Brain.
Segundo Araújo, o descompasso entre a percepção sobre a economia e a realidade das empresas é o principal destaque da pesquisa. Ele aponta que, apesar do impacto das notícias sobre a taxa Selic, a economia segue aquecida, impulsionada pelo aumento da renda e por bons resultados acumulados nos últimos anos. “Mesmo com juros altos, o setor gerou bastante caixa nos últimos três anos e agora busca reinvestir”, explica.
O programa Minha Casa Minha Vida também teve papel importante nessa movimentação. Reforçado pelo governo federal, ele impulsionou as vendas no segmento de baixa renda, ao mesmo tempo em que o mercado de imóveis de alto padrão continua aquecido desde a pandemia.
A pesquisa, realizada em março com 200 empresários do setor, também aponta os principais motivos da preocupação do empresariado: 70% mencionaram o risco de alta da inflação, 63% estão atentos à taxa de juros e mais de 60% relacionam uma possível alta do dólar ao encarecimento da produção e à perda de poder de compra da população.
Mesmo diante desse cenário desafiador, o setor dá sinais de resiliência e aposta em um 2025 com expansão nos investimentos, ainda que sob cautela.
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Informações retiradas de Felipe Erlich a Veja