Um novo relatório, o Raio-X FipeZap+, revelou que a intenção de compra de imóveis no Brasil sofreu uma queda significativa no primeiro trimestre de 2023. A proporção de pessoas interessadas em adquirir um imóvel diminuiu em 44% em relação aos últimos quatro meses de 2022.
De acordo com o economista do DataZap+, Pedro Tenório, a pesquisa revelou que a intenção de compra atingiu seu ápice histórico no terceiro trimestre de 2020, com 48% dos participantes afirmando planejar a compra de uma propriedade nos próximos três meses. Esse aumento foi impulsionado pelo nível mínimo histórico da taxa Selic na época, que estava em 2% ao ano.
Segundo o economista Pedro Tenório, a suavização da pandemia foi identificada como o principal fator para a diminuição da intenção de compra de imóveis. Com a melhoria da situação atual, as pessoas tendem a satisfazer suas necessidades habitacionais com o imóvel já adquirido, o que reduz a demanda por novas compras.
Além disso, o aumento das taxas de juros de financiamentos imobiliários também contribuiu para a queda na intenção de compra. Com a taxa Selic saindo de 2% ao ano e chegando a 13,75%, a taxa média de juros dos financiamentos subiu para cerca de 10,5%. Esse aumento dificulta o acesso ao crédito imobiliário e torna a aquisição de imóveis mais desafiadora para os compradores.
O mercado imobiliário brasileiro vem enfrentando desafios devido às altas taxas de juros. No entanto, acredita-se que essa situação possa mudar gradualmente à medida que as taxas diminuam, o que resultará em um aquecimento contínuo e gradual do mercado. Esse comportamento é esperado também para a taxa básica de juros, a Selic, quando o ciclo de redução iniciar.
O estudo revelou que pouco mais da metade dos entrevistados afirmaram ser indiferentes em relação à escolha entre imóveis novos e usados, enquanto 37% mostraram preferência por imóveis usados e 10% por imóveis novos. Além disso, a maioria dos potenciais compradores manifestou a intenção de adquirir um imóvel para moradia (91%), superando a intenção de investimento (9%), que foi registrada com menos frequência no primeiro trimestre de 2023.
Número de compradores aumenta
No primeiro trimestre de 2023, houve um aumento na participação de pessoas que compraram imóveis nos últimos 12 meses, interrompendo uma tendência de queda que vinha ocorrendo desde o início de 2022, de acordo com uma pesquisa recente. No quarto trimestre de 2022, a participação era de 9%, enquanto no primeiro trimestre de 2023 subiu para 10%.
Entre os compradores de imóveis, a maioria preferiu imóveis usados, representando 59% do grupo. Além disso, a maioria das pessoas que adquiriram imóveis o fez para moradia (61%), em vez de investimento.
Ao analisar apenas aqueles que compraram imóveis para morar, observou-se que a maior parte pretendia compartilhar o imóvel com alguém (72%). Por outro lado, entre os investidores, a intenção predominante foi alugar o imóvel adquirido, mencionada em 57% das respostas.
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Informações retiradas de Eduarda Moro à Gazeta