Durante 7 meses a Selic foi mantida em seu menor patamar histórico (2%), mas desde março o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu dar início ao aumento gradual da taxa Selic 2021, aumentando para 2,75%.
Agora, de 0,75% em 0,75%, no dia 16 de junho ela já foi definida em 4,25% ao ano – e os especialistas esperam que chegue ao final de 2021 em pelo menos 6%, além de possíveis aumentos adicionais em 2022.
A medida é o oposto do que vem acontecendo nos últimos seis anos, quando na maior parte do tempo a taxa esteve em queda. Como a taxa Selic influencia todos os setores da economia, não há como evitar o receio dos juros pesados no bolso dos brasileiros.
Por que a taxa Selic 2021 preocupa o mercado imobiliário?
O ano de 2020 ficou para trás de forma atípica, para muitos como o ano que “não aconteceu”. A paralisação de diversos setores por causa da quarentena pegou todos de surpresa, mas o mercado imobiliário conseguiu fechar o período de forma surpreendentemente positiva.
Entretanto, mesmo com o vento em popa e a expectativa de que o Copom não manteria o patamar mínimo por muito tempo, a alta da taxa Selic 2021 sempre causa preocupação no mercado.
E não tem como ser diferente. A taxa Selic serve de referência para a definição dos juros do financiamento imobiliário, assim como para parte dos investimentos de renda fixa, como a poupança, uma das maiores fontes de recursos para o crédito imobiliário.
Criada em 1979 como uma ferramenta de controle da inflação, ela estimula o consumo quando está baixa, aumentando a inflação quando esta está abaixo da meta. Ou seja, quanto menor, mais aquece a economia.
O que está acontecendo agora, portanto, é justamente o contrário. Cada vez que o Copom aumenta a taxa Selic 2021 ele está desacelerando a economia, principalmente as compras a prazo por causa dos juros que aumentam. Isso serve tanto para os parcelamentos no cartão de crédito, quanto para empréstimos bancários ou financiamento de imóveis, por exemplo.
CET também fica maior
Para quem vai comprar imóvel financiado, é fundamental analisar o Custo Efetivo Total (CET) da transação para escolher o melhor banco. A CET aumenta quando a taxa Selic 2021 aumenta, já que considera todos os custos envolvidos no financiamento imobiliário, entre os impostos, como o IOF.
A relação entre a Selic e o preço dos empréstimos não é direta, então o impacto demora um pouco para chegar ao consumido. Mesmo assim pode ser sentida através do spread bancário, que é a diferença entre o que o banco paga ao tomar um empréstimo e o que ele cobra ao conceder um empréstimo.
Afinal, é a partir dela que os bancos calculam os juros que serão cobrados no financiamento imobiliário. Portanto se a taxa Selic 2021 aumenta, a tendência é que estes juros também aumentem, o que influencia, aí sim diretamente, no CET.
Mais rendimento, mas também custo de vida maior
É bem fácil de entender. Em 2015 a Selic chegou a 14,25% em julho, uma taxa alta que garantia ganhos relativamente altos a riscos baixos. Afinal, a maioria dos ativos de renda fixa tem Fundo Garantidor de Crédito (SGC). O leque de investimentos fica maior com menos risco de perder dinheiro. Por outro lado, a situação era pior para quem tinha dívidas, com o patamar de juros bem mais alto.
Só que em 2016, por exemplo, a inflação também estava alta – em 8,74%, bem acima dos 4,5% da meta estipulada para o ano. O que se vê, então, é uma dicotomia: o dinheiro rendia mais, mas o custo de vida também era maior. Com isso, o CET também ficava alto. Com a Selic a 14,25%, o CET estava a 13% – e quando a Selic caiu para 2%, o CET ficou na faixa de 6%.
Então o que acontece com o mercado imobiliário
No entanto, o interessante é que dessa vez o mercado não deve sentir tanta diferença assim com a alta da taxa Selic 2021. O motivo é simples: apesar dos bons resultados do mercado, não chegou a haver uma explosão de consumo com a Selic a 2%.
O mercado traz bons resultados, crescendo gradualmente, apesar de vir do susto da pandemia e da paralisação inicial causada pela crise do coronavírus. Por isso mesmo, é considerado um aumento sólido. Assim, segundo os especialistas a alta da taxa Selic 2021 não deve causar uma retração significativa, mantendo esse crescimento constante.
Aliás, pode-se dizer até mesmo o contrário. De acordo com o Secovi-SP, a demanda deverá permanecer aquecida, já que o aumento ainda é considerado pequeno para afetar os financiamentos. Segundo a entidade, mesmo com ajustes futuros a expectativa é que as linhas atuais se mantenham sem grandes modificações.
Crédito imobiliário da Caixa cresceu 41,4%
Por outro lado, a Caixa acabou de anunciar um aumento de 41,4% na concessão de crédito imobiliário entre os meses de janeiro e maio deste ano, em relação ao mesmo período de 2020.
No total foram cerca de R$ 52,4 bilhões concedidos para 240,6 mil contratos. De acordo com a instituição, boa parte deste movimento se deve à linha aberta pela Caixa em fevereiro, com financiamento corrigido pelo rendimento da poupança e uma taxa fixa entre 3,35% e 3,39% a.a. além da Taxa Referencial (TR), que está zerada.
De qualquer forma, o corretor deve ficar atento para orientar seus clientes e responder a todas as dúvidas, sempre buscando a melhor solução para cada caso.
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