De acordo com o Censo 2022 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a cidade de São Paulo registrou um aumento significativo no número de domicílios sem moradores entre os anos de 2010 e 2022. O estudo revelou que o número de casas ou apartamentos considerados vagos saltou de 290.317 em 2010 para 588.978 no ano passado, representando um crescimento de 103%.
A capital paulista possui um total de 4.983.471 imóveis particulares, e os domicílios vagos correspondem a 11,8% desse total. O mapeamento classifica os domicílios particulares em “permanentes ocupados” e “não ocupados”, além de distinguir aqueles que foram entrevistados pelos recenseadores daqueles que não foram.
Entre as casas e os apartamentos considerados não ocupados, o estudo detalha os que em São Paulo são 589 mil e os que possuem uso ocasional (usados para descanso de fins de semana, férias ou outro fim) são outros 86.800 imóveis.
Déficit habitacional na cidade é de 400 mil imóveis
Com os resultados do Censo sendo divulgados, é possível fazer algumas análises e cruzamento de informações para buscar soluções para os problemas enfrentados hoje pelas principais cidades.
Um exemplo, é que esses números indicam que os imóveis desocupados na capital paulista representam aproximadamente 12 vezes o total de pessoas em situação de rua. Os dados sobre as pessoas em situação de rua foram estimados por um levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com base no Cadastro Único do governo federal. Segundo o estudo, o município de São Paulo concentra 25% dos moradores de rua de todo o Brasil.
“No estudo do IBGE vemos que a população mais vulnerável economicamente está aumentando. Pessoas em situação de rua, que é uma parcela complexa, e o poder público lida com a situação de forma rasa. [Há inclusive trabalhadores de carteira assinada que] em função de perder 4 a 5 horas do dia no transporte, sem falar no valor [da passagem], moram na rua e voltam para casa no fim de semana.”
Daniela Libório, presidente da Comissão Nacional de Direito Urbanístico da OAB
Em nota, a Prefeitura de São Paulo, declarou que está adotando medidas para combater o déficit habitacional na cidade e atender o maior número possível de famílias “com a criação do maior programa habitacional já lançado na capital, o Pode Entrar, que conta com recursos exclusivos do Município e institui importantes ferramentas para facilitar o acesso à casa própria para famílias de baixa renda”.
“Nós temos, na análise mais econômica, um déficit habitacional de 400 mil unidades habitacionais. Portanto, incentivar a habitação é um tema fundamental, não dá para desconsiderar isso”
Ricardo Nunes, Prefeito da Cidade de São Paulo
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Informações retiradas de Arthur Stabile à G1