Nos primeiros seis meses do ano em virtude da definição da política econômica do novo governo e dos possíveis impactos para o setor da construção civil, a maioria das imobiliárias deverá adotar uma postura mais conservadora até que o cenário macroeconômico esteja mais nítido. Imobiliárias de São Paulo e do Rio preveem um ano de desafios e acreditam que resultados dependerão da taxa básica de juros, do câmbio e da inflação.
“Avaliar 2023 é uma das previsões mais difíceis que já fiz desde a minha entrada no mercado imobiliário, há 20 anos”, afirma na capital paulista o CEO da Esquema Imóveis, Marco Túlio Vilela Lima.
O empresário aposta em um “compasso de espera” no primeiro trimestre, por conta das diretrizes que definirão os rumos da economia do país nos próximos quatro anos. A opinião é compartilhada por todos os executivos ouvidos nesta reportagem. “Em situações normais, este período do ano geralmente já seria mais tranquilo para o segmento de alto padrão, por conta das férias e do carnaval. Mas neste ano vamos ser mais conservadores e pragmáticos e acompanhar com atenção o desenrolar dos rumos da economia”, afirma Vilela Lima.
A falta de informações mais claras sobre a política econômica do país para o próximo ciclo é criticada por Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s, também de São Paulo. “Isso desacomoda e gera incertezas. Quanto mais esse cenário se prolongar, mais os clientes serão levados a adiar a tomada de decisão sobre o fechamento dos negócios”, explica.
Sérgio Coelho, corretor especializado em imóveis de luxo no Rio de Janeiro, concorda com os argumentos dos colegas paulistas. “Fatores econômicos interferem muito na questão imobiliária. Neste momento de juros tão altos, custo elevado da construção civil, inflação e oscilação dos negócios na Bolsa de Valores, os investidores acabam repensando seus investimentos”, argumenta.
Segundo semestre
Tudo pode ser diferente na segunda metade do ano, na avaliação do presidente da Abyara, Bruno Vivanco. Ele espera um reaquecimento do setor, caso a inflação, a taxa Selic e o dólar estejam sob controle.
Para o executivo, outros fatores como a queda do nível de desemprego e o crescimento do PIB são essenciais para que o ano de 2023 caminhe no azul. “Esses resultados já nos levariam a vislumbrar o quarto trimestre com mais lançamentos e melhor relação das vendas sobre a oferta”, estima Vivanco.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas do Globo