As enchentes no Rio Grande do Sul têm levado a um aumento significativo na procura por imóveis para locação, especialmente em áreas afetadas como Porto Alegre e Canoas. Quatro imobiliárias consultadas pelo UOL Economia confirmaram essa tendência.
Aumento na procura
As imobiliárias registraram um aumento de 30% na procura por aluguéis. A Guarida Imóveis notou esse crescimento na última semana, enquanto a Auxiliadora Predial observou um aumento em maio deste ano comparado a anos anteriores. Segundo Layana Moura Coelho da Rosa, corretora e proprietária de uma imobiliária, clientes desesperados começaram a procurar imóveis pessoalmente, algo incomum na era digital.
Perfis dos clientes
Os interessados em alugar imóveis são, em grande parte, pessoas cujas casas estão debaixo d’água ou sem água e luz. Leandro Hilbk, vice-presidente de locação do Secovi-RS, explica que muitos estão em abrigos públicos ou morando em carros, e não desejam permanecer nessas condições. Outros procuram fugir de áreas frequentemente alagadas.
Impacto nas imobiliárias
O alagamento do centro histórico de Porto Alegre interrompeu o funcionamento de algumas imobiliárias, como a Guarida Imóveis, que remanejou seu atendimento. Além da procura aumentada por causa das enchentes, houve uma demanda represada de clientes durante o período em que a agência central estava fechada.
Conversão de imóveis à venda para aluguel temporário
Com a escassez de imóveis para locação, imobiliárias estão propondo contratos de aluguel mais curtos para proprietários de imóveis à venda. Na Auxiliadora Predial, 8% dos imóveis à venda foram convertidos para aluguel de temporada. Muitas pessoas não sabem por quanto tempo precisarão de um novo lar enquanto reparam seus imóveis danificados.
Preços de aluguel mantidos
Apesar da alta demanda, os valores dos aluguéis não aumentaram, segundo as imobiliárias consultadas. Leandro Hilbk observa que proprietários têm mostrado compreensão e solidariedade, facilitando os aluguéis sem elevar os preços.
Desocupação e mudança de áreas alagadas
As imobiliárias também notaram um aumento na desocupação de imóveis em áreas alagadas. Na Auxiliadora Predial, a desocupação aumentou 20% em maio comparado ao mesmo mês do ano passado. Muitas pessoas, traumatizadas pelos alagamentos, não querem retornar a essas áreas.
Procura por imóveis à venda
A jornalista Leticia Szczesny, de 26 anos, teve que deixar sua casa no bairro Sarandi após as enchentes. Agora, ela e sua família planejam comprar um imóvel em Alvorada, buscando segurança após a residência em Porto Alegre quase submergir.
Leticia relata que um dique se rompeu, causando o alagamento. “Meus avós foram retirados de bote”, disse ela, destacando a gravidade da situação e a necessidade de encontrar um novo lar seguro.
Informações retiradas de Hygino Vasconcellos ao UOL.
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