Se você tem algum parente na melhor idade, você entende como é difícil proceder quando se trata de moradia para idosos. Deixá-los sozinhos pode trazer muitos riscos, mas morar com filhos também pode tirar a liberdade deles. Pensando nisso, o mercado imobiliário encontrou um novo segmento para investir— empreendimentos voltados aos idosos, que unem independência, lazer e cuidados. Além da liberdade e do suporte de saúde, a sociabilidade é uma das grandes propostas desse tipo de moradia.
Para as construtoras esse mercado tem um altíssimo potencial, além da grande demanda, boa parte desse público tem poder aquisitivo e está em busca de uma vida confortável. O IBGE estima que a fatia de pessoas com 60 anos ou mais no país saltará de 15,13% este ano para 32,18% em 2060.
Conforme relatado pela professora aposentada Leda Courtes de 87 anos, esses residenciais foram a salvação que ela juntamente com os filhos encontraram para esse problema.
“Eu queria ir para uma casa de repouso, eles queriam que eu fosse para um apartamento e mantivesse minha liberdade. Aí eu vim para cá”. Conta ela, que hoje vive no Vintage Senior Residence, um empreendimento da Cyrela Goldsztein na capital gaúcha.
O apartamento que a Leda reside, os imóveis de um quarto têm 42m² e custam a partir de R$ 650 mil. Os de dois quartos e 84m² começam em R$1 milhão. O condomínio varia de R$1 mil a R$1.200.
O Vintage Senior Residence é o primeiro empreendimento da Cyrela voltado para esse público, mas outros virão, afirma o diretor de Incorporações, Luiz Paludo:
“É um nicho que ainda tem demanda para ser explorado, mesmo em grandes capitais. Vimos que há casas de repouso em condições horríveis, caras e sem concorrência, e enxergamos uma oportunidade. Porto Alegre e Rio têm muitas pessoas idosas. No Rio, porém, é mais difícil encontrar terreno na Zona Sul.
Além da Cyrela, outras construtoras estão apostando nesse segmento, como a Laguna, com o BIOOS, um residencial, voltado para idosos.
“O mercado imobiliário está começando a enxergar no envelhecimento uma oportunidade de negócios. Há uma pressão demográfica rápida e grande, em um país que não tem estrutura de saúde pública e habitacional para dar vazão a essa demanda”. Analisa Mello, autor do livro “Senior living: conceito, mercado global e empreendimentos de sucesso”.
De acordo com Gabriel Raad, CEO do Grupo Laguna, “o empreendimento não é um instituto de idosos. O morador chega e sai a hora que quer. A pessoa continua tendo autonomia e, ao mesmo tempo, conta com cuidados médicos, se precisar. Isso teve uma aceitação muito boa”
Está envolvido no BIOOS, da construtora Laguna, em Curitiba, que prevê uma torre comercial voltada para a área médica e outra para residência, onde também haverá um posto de saúde 24 horas.
Fonte: Globo