O Flamengo venceu o leilão público realizado nesta quarta-feira (31) e adquiriu o terreno do antigo Gasômetro, localizado no centro do Rio de Janeiro, por R$ 138,1 milhões. O clube foi o único concorrente na disputa. O terreno, situado em São Cristóvão, pertencia ao Fundo de Investimento Imobiliário da Caixa Econômica Federal e foi desapropriado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) em junho.
O edital de licitação exigia que o terreno fosse utilizado para a construção de um estádio, o que garantiu a vitória do Flamengo no leilão. Inicialmente, a Caixa conseguiu uma liminar para suspender o leilão, alegando que a desapropriação favoreceu o clube. No entanto, a Justiça Federal derrubou a liminar, permitindo que o leilão prosseguisse.
A Caixa Econômica Federal não se manifestou publicamente sobre o caso, mas é possível que o banco recorra novamente à Justiça para tentar suspender a compra. O Flamengo, que apresentou a única proposta, adquiriu o terreno pelo lance mínimo de R$ 138,1 milhões.
O leilão contou com a presença do prefeito Eduardo Paes, do deputado federal Pedro Paulo (PSD) e do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, entre outros. Pedro Paulo é considerado o “padrinho político” do projeto, e também é cotado para vice na chapa de Paes à reeleição em outubro. Além disso, o Flamengo terá eleições presidenciais este ano, com Rodrigo Dunshee de Abranches, presente no leilão, sendo o candidato apoiado por Landim.
O Flamengo planeja iniciar a construção de seu novo estádio no primeiro semestre de 2025. Com uma área de pouco mais de 86 mil metros quadrados, o clube pretende erguer uma arena com capacidade para 80 mil pessoas. Até o momento, não foram divulgados detalhes do projeto da arena ou estudos de viabilidade econômica. No entanto, a venda do nome do estádio para uma empresa pode ajudar a financiar parte da obra, embora não haja interessados ou valores definidos ainda.
A Caixa Econômica Federal esperava negociar o terreno para construção de empreendimentos residenciais, dividindo-o em quatro partes para projetos de até 37 andares. A área em frente ao Gasômetro foi adquirida pela prefeitura para a construção do terminal Gentileza, que conecta ônibus, VLT e BRT, inaugurado em março.
O novo estádio será construído em uma área com o maior eixo de transporte da cidade, e a prefeitura e o Flamengo acordaram um projeto de melhoria viária, reformulação dos passeios públicos e do sistema de transporte. Também estão previstos um centro de convenções e um estacionamento com um prédio comercial. No entanto, especialistas em mobilidade urbana alertam que a construção de um estádio na região pode causar problemas significativos no trânsito da cidade e da região metropolitana.
O Gasômetro, que foi a central de armazenamento de gás do Rio de Janeiro por quase cem anos, foi desativado em 2006 devido à substituição do gás manufaturado pelo gás natural.
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Informações retiradas de Valor Econômico