Como em qualquer área, infelizmente o mercado imobiliário também conta com péssimos profissionais – e alguns nem o são, de verdade. Não têm registro oficial para trabalhar, nunca fizeram um curso de corretagem, mas mesmo assim exercem a função ilegalmente. Outros agem de má-fé, aplicam golpes e crimes nos clientes desavisados. Quem sofre são os consumidores e a própria profissão, que passa por desacreditada em vários momentos. Para acabar com ações desse tipo a fiscalização do CRECI procura ser dura e contar com a sua maior arma: a denúncia dos próprios corretores de imóveis.
Fiscalização do CRECISP: quase 200 mil autos de infração em 2017
Negociação de propriedades que não estão à venda, apropriação indevida de valores, falsificação de documentos. Estes são apenas alguns dos problemas mais comuns fiscalizados todos os anos.
As histórias se repetem com os mesmos personagens em todo o país: pseudo corretores e consumidores que acabam com o prejuízo por confiarem na pessoa errada.
Só em São Paulo, o CRECI emitiu 184.218 autos de infração para 215.768 diligências realizadas em 2017. Para se ter uma ideia da quantidade de fraudadores e estelionatários que se fazem passar por corretores, a fiscalização do CRECISP autuou 4.024 desses falsos profissionais.
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Contribuição do corretor é importante
A fiscalização procura dar mais segurança ao mercado e valorizar o bom profissionalismo de quem é corretor de verdade. Para isso, no entanto, a contribuição da sociedade como um todo é essencial.
Para isso, o departamento de fiscalização do CRECI conta com um serviço de recebimento e averiguação de denúncias.
Essenciais para retirar do mercado quem causa prejuízo e denigre os profissionais sérios, elas devem ser feitas tanto por consumidores que se sentem lesados ou desconfiam de alguma prática ilícita, quanto pelos próprios corretores de imóveis.
As denúncias podem ser feitas anonimamente por telefone. Os resultados podem ser encontrados, atualizados, no site do Conselho Federal de Corretores de Imóveis(COFECI-CRECI), na página da Diretoria Nacional de Fiscalização.
Em São Paulo, por exemplo, só em setembro de 2018 foram realizadas mais de 14 mil diligências. Foram emitidos 1.523 autos de infração, instauradas 396 denúncias e constatados 211 exercícios ilegais da profissão.
O que acontece quando um pseudo corretor é autuado
Depois de autuado, quem exerce ilegalmente a profissão de corretor tem 15 dias para protocolar sua defesa. Dependendo do caso, o auto de infração emitido pode gerar processo administrativo no CRECI, com multa de até 5 anuidades.
As penalidades, no entanto, não param por aí. Toda a documentação gerada é encaminhada ao Ministério Público. Uma vez julgado o caso procedente, pode ser instaurado processo de contravenção penal, cuja pena varia de acordo com a infração.
Por que o corretor deve contribuir com a fiscalização
A insegurança que ronda o mercado imobiliário deixa muitos proprietários receosos de entregar seu bem nas mãos de um corretor. Por isso a fiscalização do CRECI é tão importante: ela leva mais respeitabilidade para as transações, beneficiando consumidores e profissionais da área.
Denunciar o mau profissional, portanto, não é fazer o trabalho do CRECI, mas garantir a própria sustentabilidade. O corretor que ignora práticas irregulares na sua imobiliária ou na concorrência contribui para o descrédito da profissão e a falta de respeito da sociedade.
Por outro lado, essa atitude também pode fomentar a impressão de que a corretagem pode ser feita por qualquer pessoa. Você está desvalorizando todo o tempo e dinheiro empregados na sua formação – e também a sua própria honestidade.
Como agir com o cliente
Alguns corretores ficam desconfortáveis quando o cliente desconfia do seu profissionalismo. No entanto, é preciso compreender a posição do consumidor, que já pode tido más experiências com péssimos profissionais.
Por isso, a orientação do CRECI é de paciência com o cliente desconfiado. Uma boa ideia é indicar a área de pesquisa de profissionais no site do CRECI em que você se certificou. Com isso você ganha mais credibilidade com o consumidor e, ele, muito mais segurança para fechar o negócio com você.
Por isso, não deixe de contribuir com a fiscalização do CRECI indicando práticas abusivas e profissionais que agem de má-fé ou são ilegais. Ela é a garantia de uma mercado mais justo e seguro para todos os envolvidos.
E você, o que acha da fiscalização do CRECI? Já se deparou com alguma situação ilegal? O que fez? Conte para a gente a sua experiência aqui nos comentários!