A fintech Creditú em parceria com a RBR e a securitizadora OPEA uniram-se para oferecer R$30 milhões em crédito imobiliário indexado ao IPCA com taxas de juros a partir de 7% ao ano. Essa nova linha de crédito financiará até 90% do valor do imóvel com prazo de até 30 anos.
Profissionais autônomos, informais e jovens podem solicitar a linha de crédito para empreendimentos de baixo e médio padrão com valor médio de R$350 mil. A iniciativa vem para atender um público que possui dificuldade na aquisição imobiliária. “Esse público costuma não ser atendido pelos bancos. Queremos ampliar o acesso ao financiamento de imóveis”, diz David Muñoz, CEO da empresa.
Criada em 2017, a Creditú é uma empresa regulamentada como administradora de empréstimos hipotecários no Chile que, até o momento, já concedeu e administrou mais de 3 mil empréstimos de mais de US$450 milhões nos três países em que atua.
Essa é a primeira fintech a oferecer o financiamento imobiliário tradicional no país, que até então estava restrito aos grandes bancos, com destaque para a Caixa que tem mais de 70% do mercado. No site da empresa já é possível solicitar o financiamento, que também será comercializado por meio de construtoras.
O foco inicial é oferecer a opção de financiamento em São Paulo, mas 100 cidades já estão sendo mapeadas para viabilizar a aquisição de imóveis ao público jovem e autônomos.
A iniciativa foi possível por meio de uma estrutura financeira montada pela Creditú e seus parceiros para financiá-la. A fintech emitiu Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs) lastreados em financiamentos imobiliários. Através de seus fundos de crédito, a RBR aportou o capital para a aquisição dos CRIs originados e geridos pela Creditú.
A parceria ocorre em um momento desafiador para o setor residencial no país, sobretudo com o aumento da inflação, taxas de juros cada vez mais altas e baixo crescimento da economia. Segundo Muñoz, é justamente neste cenário que a fintech pode potencializar as vendas de seus parceiros.
A taxa de inadimplência da carteira da fintech está alinhada aos atrasos registrados em carteiras de grandes instituições financeiras. “O porcentual de crédito inadimplente em nossa carteira nos outros países nos quais atuamos varia de 1,8% a 3% do total. O Brasil deve seguir esses números.“ A fintech utiliza a tecnologia de machine learning para aprimorar seu sistema de análise de crédito.
Fonte: Exame