O financiamento bancário continua sendo a escolha predominante entre os brasileiros que desejam adquirir um imóvel. De acordo com um relatório da Loft, 36% dos entrevistados optam por essa modalidade, ficando à frente dos programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, que é mencionado por 35% das pessoas.
Além dessas opções, o uso do FGTS e o financiamento com recursos próprios se destacam igualmente, com 21% de preferência de cada um. Empréstimos bancários (19%) e consórcios imobiliários (16%) também foram citados como alternativas para quem busca realizar o sonho da casa própria.
A pesquisa, realizada em parceria com a Offerwise, incluiu moradores de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Embora as opções de financiamento variem de acordo com a região, as tendências indicam um aumento do uso de outras formas de pagamento nos próximos anos, especialmente devido ao cenário de juros elevados no País.
Expectativa de mudança
Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, acredita que opções alternativas ao financiamento tradicional ganham força com o cenário de juros mais altos. “Com o aumento da taxa de juros, essas outras opções devem ter mais espaço em 2025”, afirma. Em 2024, a taxa Selic alcançou 13,25%, e espera-se que chegue a até 15% em 2025, impactando diretamente as taxas de financiamento e empréstimos bancários.
O economista Carlos Honorato, professor da FIA Business School, também aponta a alta da Selic como um fator que pode limitar o acesso ao crédito. “A sensibilidade do consumidor em relação aos juros é muito alta e, em momentos de alta, os bancos tendem a restringir o crédito”, observa. Ele alerta que esse cenário difícil afetará não apenas os financiamentos, mas todo o mercado imobiliário, com o aumento do risco de inadimplência e a redução no acesso ao FGTS e ao Minha Casa, Minha Vida.
Distribuição das opções de pagamento
A pesquisa mostra um panorama interessante sobre as escolhas de pagamento entre os moradores das quatro cidades analisadas, conforme a tabela abaixo:
Opção de Pagamento | Total | Porto Alegre | Rio de Janeiro | São Paulo | Belo Horizonte |
---|---|---|---|---|---|
Financiamento bancário tradicional | 36% | 32% | 26% | 41% | 44% |
Financiamento bancário através de programa do governo | 35% | 30% | 28% | 37% | 44% |
FGTS | 21% | 38% | 20% | 14% | 13% |
Empréstimo bancário | 19% | 22% | 20% | 18% | 18% |
Consórcio Imobiliário | 16% | 24% | 8% | 12% | 23% |
Apenas recursos próprios | 21% | 14% | 20% | 26% | 22% |
Empréstimo com conhecidos | 7% | 11% | 5% | 4% | 8% |
Outra forma | 8% | 8% | 18% | 8% | 0% |
A pesquisa indica que, embora o financiamento bancário seja a opção mais citada, as variações regionais e o cenário econômico atual influenciam diretamente as escolhas dos consumidores. Com as projeções de aumento da Selic, as alternativas de financiamento podem se tornar ainda mais relevantes em 2025.
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Informações retiradas de Estadão Imóveis