Em 2024, locação subiu quase 14% no Brasil; tendência de alta deve continuar com aumento da demanda
As novas regras para financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal devem tornar os aluguéis de casas e apartamentos ainda mais caros em 2025. Além de impactar a oferta de crédito e gerar preocupações no setor da construção civil, as mudanças devem intensificar a busca por locação, pressionando os preços para cima. No final de 2024, o mercado de aluguel já registrava um aumento de 13,5%, segundo o índice FipeZap.
A avaliação é da presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi), Cássia Ximenes. Segundo ela, o cenário de financiamento imobiliário no Brasil tem sido afetado pela alta da taxa Selic, o que encarece o crédito e restringe o acesso à compra de imóveis.
Com a elevação do percentual de entrada exigido pela Caixa – que passou de 20% para 30%, podendo chegar a 50% em alguns casos –, muitos compradores podem optar pela locação. “Ao adquirir um imóvel por financiamento, o comprador não precisa apenas arcar com o valor da entrada. Ele também deve pagar despesas como cartório, escritura e ITBI. São muitos fatores que impactam essa quantia inicial”, explicou Ximenes.
Para a especialista, a alta demanda por aluguel deve pressionar ainda mais os preços. “Se a procura é maior do que a oferta, o imóvel se torna um produto mais valioso e o preço sobe naturalmente”, afirmou.
Dificuldades para aquisição de imóveis
A complexidade do financiamento imobiliário tem levado muitos brasileiros a reconsiderar a compra da casa própria. A advogada tributarista Maria Eduarda Santos, de 25 anos, está em busca de um apartamento desde setembro de 2023, mas enfrenta dificuldades para viabilizar o financiamento, tanto na Caixa quanto em outros bancos. “Está cada vez pior. Estamos correndo com a compra justamente por receio de que a situação piore ainda mais. Só vou me sentir aliviada quando assinarmos o contrato com o banco”, relatou.
O imóvel desejado por Maria Eduarda e seu noivo, localizado no bairro Coração Eucarístico, em Belo Horizonte, teve uma valorização entre R$100 mil e R$150 mil em apenas um ano. A advogada conta que precisou readequar as expectativas e buscar um apartamento inferior ao que poderia comprar no início de 2023. “Tivemos muita dificuldade em aprovar o crédito, pois, apesar do limite de 30% para comprometimento da renda, esse percentual não estava sendo respeitado”, explicou.
Mesmo após conseguir o financiamento utilizando o FGTS e pagando 20% do valor total como entrada, Maria Eduarda considerou a possibilidade de alugar um imóvel. No entanto, desistiu devido aos altos preços. “Os valores também estavam surreais”, afirmou.
Diante desse cenário, o mercado imobiliário segue em alerta para os impactos das mudanças no crédito habitacional e a consequente pressão sobre os preços dos aluguéis.
Informações retiradas de Simon Nascimento ao O Tempo | Economia.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá.