O projeto de arquitetura do edifício, que lhe dá um ar irreverente, pode ser visto de longe no Largo da Batata, em São Paulo, e se tornou um cartão postal e referência em modernidade e engenharia.
Entregue em maio de 2021, mas com projeto em estudos desde 2012, o edifício Faria Lima Plaza prestes a completar três anos de construção continua chamando atenção no cenário urbano da avenida Faria Lima, na capital paulista. Sua estrutura não se destaca somente pela sua arquitetura, que parece desafiar a engenharia e a gravidade, mas também por seu porte e serviços de tecnologia.

Com 126 m de altura, construída em uma área no total de 83.087,31 m2, o edifício conta com 41.375 m² de área BOMA, com 20 andares locáveis e 6 pisos de estacionamento subterrâneo com 1.072 vagas. Além disso, ele possui 72 estações para carregamento de veículos elétricos, distribuídas entre o 3º e 6º subsolos.
O conceito irreverente de arquitetura é do escritório de Nova York Kohn Pedersen Fox Associates (KPF), da arquiteta Hanna Kassem. Do Brasil, também participaram do projeto a KOM Arquitetura, com as arquitetas Beatriz Krug Ometto e Nilene Falcão.
Andy Alexandre Gruber, diretor de engenharia, projetos e arquitetura da VR Investimentos, uma das proprietárias do edifício, falou do desenvolvimento do projeto e da aprovação do mesmo pela Prefeitura de São Paulo.
“O desenvolvimento do projeto Faria Lima Plaza começou no antigo terreno da Cooperativa Agrícola de Cotia, em 2012. O desafio era de se projetar e construir um ícone para a cidade de São Paulo no Largo da Batata. A volumetria arquitetônica escolhida, de dois volumes se encontrando e se movimentando verticalmente, é nítido visualmente no edifício construído. Os projetos de arquitetura, estrutural e complementares foram feitos durante os anos de 2012 a 2014. A efetiva aprovação do projeto pela prefeitura de São Paulo, em dezembro de 2018, permitiu o início da construção em 2019, com a meta de concluir a obra em 30 meses. Foram muitos os desafios enfrentados, desde a logística de suprimentos ao site, engenharia do valor, gestão de custos, até o enfrentamento e administração dos impactos da pandemia COVID-19 durante as obras, com seus reflexos nos trabalhadores e colaboradores e nos custos de construção”, lembrou Andy.
Os desafios da construção
Sobre as dificuldades da execução estrutural do projeto, o engenheiro estrutural responsável pela obra, Francisco Paulo Graziano, falou da complexidade para a construção.

“A obra do Faria Lima Plaza é um desafio à engenharia estrutural devido às formas complexas da fachada, mas também pelos deslocamentos de cada um dos pavimentos em relação aos seus anteriores e subsequentes, obrigando que os pilares de fachada se inclinassem em direções conforme os planos de fachada se movimentavam. Esta complexidade fez com que o edifício apresentasse uma tendência de giro em torno de si mesmo segundo um eixo vertical e, ao mesmo tempo, se deslocasse por translação, em diferentes direções conforme o plano e cota de nível de cada andar”, justificou Graziano.

Segundo o engenheiro, essas características dificultaram sobremaneira a engenharia de projeto de estruturas em garantir a estabilidade global do edifício. O projeto das fundações foi elaborado com a consultoria de fundações da ZF e Engenheiros Associados (Zaclis & Falcone) e da consultoria de tecnologia de concreto da DESEK, Selmo Kuperman, adotando para a fundação uma sapata anelar executada em onze etapas de concretagem horizontal, viabilizando o custo e a velocidade de execução (economia de 1450m³ em relação à alternativa em radier).
A empresa responsável pela construção da obra foi a Construtora Fonseca & Mercadante.
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Informações retiradas do Revista OE