Uma pesquisa inédita feita pela plataforma de inteligência de mercado Big Data Territorial Urbit divulgada nesta segunda-feira (25) mostrou que com renda média de R$3.379,19, uma família de até quatro pessoas precisaria de 90 anos para pagar um imóvel padrão em Porto Alegre.
O imóvel considerado na pesquisa é um apartamento de quatro cômodos que inclui cozinha, sala, dois quartos e um banheiro, de aproximadamente 50m², cujo valor médio disponível na região fica em torno de R$226.172,00.
“Isso significa que, se é uma família que tem filhos, precisa de dois dormitórios em um apartamento de, no mínimo, 50 m², ela vai ter que buscar esse apartamento em uma região de preços abaixo da média da cidade”, segundo Fernando Souza, CEO da Urbit.
Caso optasse por financiar em 30 anos, a família precisaria ter uma renda 58 vezes maior – cerca de R$5.342,49. Esse valor permitiria que se efetuasse o pagamento de parcelas no valor de R$1335,62, cujo valor representa 30% da renda.
Ainda assim, Porto Alegre ocupa posição de destaque entre as cidades mais acessíveis para se viver, ficando atrás apenas de Palmas, Campo Grande, Macapá, Cuiabá, Curitiba, Brasília e Porto Velho, onde uma família precisaria ter renda 24% maior para conseguir adquirir um imóvel.
“A renda mediana de Porto Alegre é uma renda próxima das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, a cidade possui preços abaixo, menores do que essas duas capitais”, explica.
Possíveis alternativas
Entre as alternativas citadas pelo CEO da Urbit estão: o aumento da renda da população e o incentivo da produção de habitações na cidade, opções sem as quais a população acaba optando por morar mais longe e, muitas vezes, até em outra cidade.
“[Para resolver o problema] Uma frente [depende] do governo federal, geração de emprego e renda, para que se aumente essa renda média da população. Outra frente compete mais ao governo local, às prefeituras, principalmente, que é possibilitar o desenvolvimento imobiliário”, sugere Souza.
Fernando ainda inclui a implementação de legislações simples, prazos de licenciamentos menores, disponibilidade de terra e combate à especulação imobiliária como formas de solucionar o problema.
Outra forma de viabilizar seria a redução dos juros.Atualmente, as taxas cobradas são de 7,15% e sofrem tendência de aumento. Para caber nas contas, as alíquotas precisam ser de 4,8%, segundo o estudo. Mantendo o prazo de 30 anos, os juros de 7,15% e o dispêndio de 30% da renda de R$5,3 mil, seria possível comprar um imóvel menor, de 38 m², no valor de R$171.668,00.
Fonte: G1