O Banco Central já acenou com a possibilidade de aumentar a taxa Selic, que hoje se encontra em seu patamar histórico mais baixo: 2%. A expectativa dos especialistas é que o início do ciclo de aumento comece já a partir de março, com uma precificação estimada pelo mercado de 30 pontos. Dessa forma, já no mês que vem a Selic deve passar a 2,3%. Com isso, como fica o mercado imobiliário para 2021?
A expectativa de aumento da taxa Selic foi reforçada pela última ata do Copom, publicada em janeiro. Nela não consta mais o trecho onde o colegiado se comprometia a manter a Selic baixa por muito tempo, o chamado forward guidance. De acordo com os analistas, a estimativa é que a taxa feche este ano em 3,5%.
O fato pode acabar assustando alguns clientes, preocupados com o encarecimento do financiamento de imóveis. Por isso é importante o corretor ficar atento às razões pelas quais o cenário continua sendo bom para comprar imóveis.
Mercado imobiliário para 2021 se mantém sólido
Ninguém diria que 2020 seria um ano para quebrar recordes em vendas. Mesmo assim, após todas as incertezas com a pandemia, o setor saiu da crise do coronavírus mais do que fortalecido.
O período teve um crescimento de 58% e os financiamentos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança superaram o período boom do setor, em 2014.
De acordo com a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), foram R$ 124 bilhões, contra R$ 112,9 bi daquele ano. No total, foram 43,2% a mais em unidades negociadas do que em 2019.
Mas o que isso tem a ver com a expectativa do mercado imobiliário para 2021? Acontece que todo esse aumento teve um “empurrãozinho” das medidas de mitigação por causa da pandemia, claro.
O crédito ficou mais barato, com a Selic e os juros bancários mais baixos e a adesão em massa do home office deflagrou uma a busca por imóveis maiores e mais afastados dos centros.
A questão é que o preço dos imóveis ainda está depreciado em relação a 2014 – apesar de começar a aumentar já que a demanda está aquecendo o mercado. Entretanto, mesmo considerando a inflação, essa diferença ainda fica entre 10% e 30%, dependendo da cidade.
De acordo com o Índice FipeZap, em 2020 houve uma alta nominal de 3,67%. Na verdade, a primeira, desde 2016. Ainda assim, entretanto, alinhada com a inflação medida pelo IPCA em 2020, de 4,52%.
Financiamentos continuam atraentes
Para os especialistas, a alta dos preços deve continuar, mas em ritmo menos acelerado do que já 10 anos. Isso acaba por gerar mais estabilidade nessa regulação, mas também boas oportunidades no mercado imobiliário para 2021.
Por outro lado, as condições de financiamento continuam atraentes. A Selic ainda está baixa e há uma grande variedade de crédito no mercado.
Assim, o período é favorável para a compra com preços defasados, que se tornam ainda mais interessantes com as condições do mercado. Para quem busca a casa própria ou um investimento, o momento é esse.
Custo da construção ajuda a elevar valores
Entretanto, o cliente deve entender que essa alta vai acontecer e, assim, claro que quem comprar antes sai ganhando. A estimativa dos especialistas é que o aumento no valor dos imóveis fique em torno de 5% e 6% ainda em 2021.
Um dos fatores de composição desse aumento, além da demanda aquecida, é o custo da construção. Em 2020, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), calculado pela FGV, acumulou alta de 8,66%. Essa foi a maior variação anual desde 2008, quando ficou registrado em 12%.
Preços já começam a aumentar em São Paulo
São Paulo sempre foi um verdadeiro termômetro e no mercado imobiliário para 2021 não está sendo diferente. Os primeiros sinais de alta concreta já começam a ser sentidos principalmente na capital.
Segundo o Secovi-SP, por causa do Plano Diretor, há muito poucos terrenos viáveis na cidade – e esse é um dos fatores, que compõem o aumento dos preços. Para se ter ideia, em 2020, as unidades novas já estavam 12% mais caras do quem em relação a 2019.
Boas oportunidades
Por isso a orientação dos analistas é que não há necessidade de correria, mas também não convém esperar muito. Se o cliente tiver condições e encontrar o imóvel ideal, a hora é essa.
O mercado imobiliário para 2021 dá oportunidade de comprar ainda com preço defasado e boas condições de crédito. Mas de também garantir um bom retorno mais adiante quando a alta próxima dos preços.
Por outro lado, mesmo aumentando a Selic não deve influenciar muito nos financiamentos. A expectativa é que o aumento seja pequeno, ainda que existente, mantendo-se em uma taxa atraente até os 4%. E, mesmo assim, esse aumento deve gradual, sem saltos assustadores.
Com isso, o valor das prestações deve se equiparar ao de um aluguel – e ainda assim ficando ainda quase a metade da praticada há 3 anos.
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