O mercado imobiliário no Brasil contará com alguns desafios no segundo semestre de 2022, entre eles as eleições presidenciais, a alta da inflação e o aumento nas taxas de juros, fatores que, juntos, acabam por interromper o ciclo de crescimento no qual o Brasil se encontrava.
Mesmo com este cenário de incertezas, investidores têm mantido uma perspectiva otimista em relação ao futuro da construção civil no Brasil, conforme indicam as avaliações da 29.ª edição do prêmio Top Imobiliário, realizada pelo Estadão em parceria com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).
Este evento, realizado no dia 30 de junho, de forma remota, contou com a participação de representantes da Fundação Getúlio Vargas, Fipe e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
As altas taxas de juros do Banco Central estão intrinsecamente ligadas aos financiamentos imobiliários e devem afetar principalmente as classes mais pobres. Para a coordenadora de projetos da construção da FGV, o segmento de baixa renda deve ser o mais afetado, já que esse cliente é mais sensível aos repasses de custos. “As perspectivas de continuidade desse ciclo de crescimento estão em xeque, sustentá-lo será bastante complicado”, avalia Ana Maria.
De acordo com a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as pressões domésticas somadas ao atual cenário de crise mundial poderão reduzir a quantidade de novos empreendimentos imobiliários. “Nos preocupa a questão dos juros e o arrefecimento que isso pode causar na economia tanto no segundo semestre quanto no começo do próximo ano”, comenta Ieda.
Outro fator que preocupa os especialistas é a proximidade das eleições presidenciais e a polarização, pois elas possuem potencial para afetar diretamente os negócios. Eles acreditam que o cenário de alta nos juros básicos só deve ser suspenso no fim do ano. “Seja Lula ou Bolsonaro, apesar de muito diferentes, nós teremos um cenário de inflação”, afirma o pesquisador da Fipe e sócio da Kognita.
Fonte: Estadão