O gigante imobiliário chinês Evergrande apresentou um novo plano de reestruturação para seus obrigacionistas, que possuem títulos de dívida denominados em renminbi “offshore” (moeda chinesa negociada fora da China continental). Segundo fontes, a Evergrande propôs pagar com 30% das participações que detém em duas subsidiárias cotadas em Hong Kong: Evergrande Property Services Group e Evergrande New Energy Vehicle Group, a fim de liquidar a dívida pendente com os obrigacionistas.
No entanto, as ações dessas duas empresas caíram mais de 80% em valor desde o início do ano, resultando em uma capitalização de mercado combinada de cerca de 9 bilhões de dólares de Hong Kong, o que representa um declínio significativo em relação ao valor de fechamento na quarta-feira.
A Evergrande atualmente possui 52% da participação na empresa imobiliária e 59% na empresa automobilística. As obrigações da Evergrande encerraram a negociação a 0,0225 dólares na terça-feira, e os investidores estão avaliando a proposta.
Além disso, um advogado que representa um grupo de obrigacionistas argumentou em um tribunal de Hong Kong que o plano da Evergrande poderia resultar em um reembolso mais alto para os credores do que o atualmente previsto. A situação da Evergrande continua a atrair atenção devido ao seu impacto potencial no mercado imobiliário chinês e na economia global.
A construtora chinesa enfrenta uma crise financeira com uma dívida de 328 bilhões de dólares. Isso ocorre em meio a uma repressão das autoridades chinesas que impuseram limites à relação entre dívida e ativos para empresas do setor imobiliário. Essa situação é agravada pela pandemia de COVID-19.
O colapso da Evergrande tem implicações sérias para a classe média chinesa, já que grande parte de sua riqueza está investida no setor imobiliário, estimado em cerca de 70%. Além disso, outra grande empresa do setor, a Country Garden, também enfrenta dificuldades financeiras, apesar de ter sido considerada financeiramente sólida até recentemente.
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Informações retiradas de Fábio Carvalho da Silva à Jornal de Negócios