O Relatório Setorial Imobiliário do Banco do Brasil, publicado pela BB Investimentos, revelou uma leve recuperação no setor de construção civil em maio de 2024. O índice imobiliário (IMOB) teve uma queda de 0,73%, desempenho melhor que o recuo de 3,04% do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. Este resultado foi influenciado por fatores macroeconômicos, como a abertura da curva de juros e a desvalorização do real, com o dólar fechando o mês a R$ 5,25.
Os resultados do primeiro trimestre de 2024 mostraram números positivos para algumas das principais empresas do setor. A Tenda (TEND3) registrou seu primeiro lucro trimestral desde o terceiro trimestre de 2021, impulsionada por novos lançamentos e controle de custos. A Direcional (DIRR3) alcançou recordes em vendas, receitas e lucro líquido, graças a uma estratégia de expansão bem-sucedida.
A Cyrela (CYRE3) reportou uma velocidade de vendas superior a 50%, com receitas a apropriar acima de R$ 7 bilhões, resultado de uma excelente aceitação dos lançamentos recentes. A MRV (MRVE3), apesar dos desafios em sua operação internacional, melhorou a geração de caixa. Já a JHSF (JHSF3) mostrou crescimento contínuo em suas linhas de negócios recorrentes, especialmente após realocar cerca de R$ 800 milhões de VGV para o segmento de Locação Residencial.
O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo FGV Ibre, subiu para 96,8 pontos em maio, interrompendo uma sequência de quedas. Contudo, o Nível de Utilização da Capacidade da Construção permaneceu estável em 79,9%, indicando uma leve retração na mão de obra, compensada pelo aumento no uso de máquinas e equipamentos.
José Antônio Valente, diretor da locadora de equipamentos Trans Obra, vê essa recuperação como uma grande oportunidade. “As empresas do setor imobiliário estão se preparando para intensificar suas operações, o que requer um maior uso de equipamentos modernos e eficientes”.
No mercado de crédito, o Banco Central informou direções mistas para as taxas de juros de financiamentos imobiliários em abril. A taxa para Pessoa Física (PF) subiu para 9,3%, enquanto a taxa para Pessoa Jurídica (PJ) caiu para 9,8%, o menor patamar desde fevereiro de 2022. A inadimplência manteve-se estável para PF em 1,5% e caiu para PJ em 0,9%, indicando uma leve melhora nas condições de crédito para empresas.
O INCC-M, índice nacional de custos da construção, subiu 0,59% em maio, acumulando 3,68% em 12 meses. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos preços da mão de obra, que acumulam alta de 7,13% no ano, enquanto os preços de materiais subiram apenas 1,09% em 12 meses.
José Antônio destacou a importância da inovação tecnológica e da eficiência operacional no setor. “Equipamentos com maior eficiência energética, conectividade e automação serão cada vez mais demandados, refletindo uma busca por redução de custos e aumento da sustentabilidade nas operações”.
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Informações retiradas de Terra