No último trimestre de 2023, o mercado imobiliário brasileiro experimentou um impulso, principalmente pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), de acordo com o Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial. Realizado pela ABRAINC em colaboração com a Deloitte, o estudo envolveu 44 empresas construtoras e incorporadoras do setor.
Os resultados revelaram que o MCMV foi um dos principais impulsionadores tanto da procura quanto das vendas de imóveis no período analisado. Os executivos entrevistados atribuíram ao programa notas consideráveis, com uma média de 2,22 para a sua contribuição na procura por imóveis e 2,57 para a venda dos mesmos.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) demonstra estabilidade, de acordo com empresários entrevistados, com uma nota de 1,97 na procura por imóveis e 2,03 na venda de imóveis qualificados como MAP. No geral, a média para a procura de imóveis residenciais no terceiro trimestre de 2023 foi de 2,22, enquanto para as vendas foi de 2,33.
A expectativa otimista para o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) reflete as medidas implementadas pelo novo programa habitacional, resultando em um crescimento significativo de 47% nos financiamentos do MCMV no ano passado, comparado a 2022, conforme destacado por Luiz França, presidente da ABRAINC.
Perspectiva do setor para 2024
Empresários do setor imobiliário expressaram suas expectativas para 2024, em meio à perspectiva de queda da taxa Selic. Eles veem o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) como um estímulo crucial para impulsionar o mercado. De acordo com o Indicador, a nota geral atribuída às expectativas de vendas para o primeiro trimestre de 2024 é de 2,37, aumentando para 2,64 nos próximos 12 meses.
Essas projeções são fortemente influenciadas pelo MCMV, com uma nota de expectativa atribuída pelos empresários do setor de 2,51 para o primeiro trimestre do ano, e um aumento significativo para 2,80 nos próximos 12 meses. É digno de nota que todas as empresas pesquisadas que atuam no segmento MCMV têm planos de lançar pelo menos um projeto ao longo de 2024. Esses dados refletem a confiança do setor na sustentação do mercado imobiliário, impulsionada pelo programa habitacional e pela provável redução da taxa de juros.
Segundo especialistas, as expectativas para o Mercado de Aquisição de Imóveis (MAP) indicam estabilidade no primeiro trimestre, com uma média de 2,20. No entanto, prevê-se um aumento nos próximos 12 meses, chegando a 2,47. França, um dos especialistas, aponta a alta taxa de financiamento como um obstáculo para o segmento de médio e alto padrão. Ele sugere que novas reduções na taxa Selic podem levar a uma diminuição nas taxas de financiamento, aumentando assim a demanda dos investidores por imóveis nesse segmento.
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Informações retiradas de Estadão