Criada em 2018, com inspiração nos covered bonds, títulos de dívida negociados na Europa, a LIG (Letra Imobiliária Garantida) é utilizada para custear o crédito para o setor habitacional, assim como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), a Letra Hipotecária (LH) e a própria poupança.
Sua relação com os covered bonds é a dinâmica de garantia dupla, pois além de oferecer a garantia do próprio ativo (ou seja, o imóvel que está sendo financiado com esses recursos), a LIG oferece uma proteção extra, que é a garantia do banco emissor. Se quem contratou o financiamento não pagar as parcelas, o investidor contará com a cobertura da instituição financeira para reaver o valor investido.
Nesse cenário, porém, quem investe em LIG não está protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Apesar disso, é possível dizer que trata-se de uma aplicação segura, pois os recursos investidos nos títulos ficam separados do patrimônio do próprio banco, e essa “reserva” é utilizada em caso de fraudes.
Desde sua criação, o volume de recursos captados pela LIG chegou a R$46 bilhões no final do ano passado. Em relação a 2020, a distribuição aumentou 130%, impulsionada principalmente pelo segmento private dos bancos, que atende a clientes de maior renda.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o financiamento imobiliário chegou a R$255 bilhões no ano passado. Frente a 2020, houve um crescimento de 46%. Dentro desse contexto, entende-se que mais pessoas estão buscando financiamento para comprar a casa própria. Dessa forma, os bancos precisam buscar, no mercado, recursos para viabilizar essas linhas de crédito.
“É importante lembrar que a LIG é um produto financeiro de maior prazo. Emitindo esses títulos, os bancos conseguem reforçar a oferta de crédito para compra de imóveis e de outros créditos correlatos’’, diz Bruno Di Giacomo, sócio da Blackbird.
Fonte: Exame