No dia 8 de setembro o Diário Oficial da União (DOU) publicou uma novidade importante para quem sonha com a casa própria. A partir de fevereiro de 2023 será possível usar os depósitos futuros do FGTS para comprar imóveis populares.
Ou seja, a resolução permite que os depósitos futuros do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) sejam usados para pagar as parcelas do programa Casa Verde e Amarela.
A ideia é desaguar o estoque de unidades encalhadas, já que pelo menos um terço dos financiamentos são rejeitados por falta de capacidade de renda.
Como funciona o pagamento com depósitos futuros do FGTS?
Apesar de a resolução já estar valendo, os bancos têm até 120 dias para se adaptarem às novas regras. No entanto, os depósitos futuros do FGTS só poderão ser utilizados por famílias que tenham renda mensal bruta de até R$4,4 mil. E para a compra de apenas um imóvel do programa.
O uso dos depósitos futuros do FGTS funciona como uma espécie de empréstimo consignado. Assim, em vez de ser feito o depósito mensal do FGTS na conta do trabalhador, o dinheiro é automaticamente descontado para o pagamento da parcela daquele mês.
Mas será que vale a pena?
Antes de optar pelo uso dos depósitos futuros do FGTS para comprar a casa própria é preciso conhecer os riscos. Porque eles existem.
Por exemplo, um trabalhador com salário de R$2 mil pode financiar uma casa Verde e Amarela com prestação de até R$440,00 mensais. Ao usar o FGTS futuro são acrescidos R$160,00 nessa conta. Então a prestação passa a ser de até R$600. Sem precisar usar o dinheiro do bolso.
Mas se ele ficar desempregado a dívida continua. Só que ele não pode sacar o FGTS, porque está sendo usado para quitar as parcelas do programa.
Até aí é a mesma coisa que acontece quando o fundo, atualmente, é usado para quitar ou amortizar qualquer financiamento imobiliário. A diferença é que as parcelas são mais caras por causa do acréscimo proporcional ao fundo.
Por outro lado, se o desemprego permanecer por muito tempo, ele pode perder o FGTS – que parou de ser depositado por conta do desligamento da empresa – e a casa, se não tiver como bancar as prestações.
Bancos devem assumir risco das operações
Entretanto, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, o risco das operações será assumido pelos bancos. O órgão informou ainda que continua valendo a regra atual de pausa no pagamento das prestações por até seis meses em caso de desemprego, com o valor não pago sendo incorporado ao saldo devedor.
Fonte: G1