A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 10,5% acendeu um sinal amarelo no setor imobiliário brasileiro, que vinha registrando um aumento significativo nas vendas de novos imóveis, com alta de 43,1% no acumulado. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) expressou preocupação com os impactos prolongados da taxa elevada sobre os recursos para investimentos produtivos.
“Além disso, os juros neste patamar já se refletem em diversos setores, como a caderneta de poupança, que registrou uma captação líquida negativa de R$16,971 bilhões apenas nos primeiros cinco meses de 2024”, afirmou Ieda Vasconcelos, economista da CBIC. “Desde 2021, as perdas acumuladas na poupança já ultrapassam R$205 bilhões, afetando diretamente o financiamento imobiliário no país.”
Thiago Andrade, diretor da JB Andrade Imóveis, considerou a decisão negativa para o mercado imobiliário: “Taxa de juros alta significa que o custo do crédito fica mais caro, impactando o financiamento do imóvel.”
Por outro lado, Eric Labes, CEO da Start Investimentos, destacou que uma continuidade na tendência de queda das taxas seria benéfica para o mercado: “Juros altos dificultam a compra do imóvel, especialmente para a classe média.”
Hugo Ricardo, CEO da Agá Empreendimentos, enfatizou que “Selic mais baixa atrai os investidores, gera emprego, aumenta o número de lançamentos e ajuda a aquecer a economia.”
Thiago Soares, diretor executivo da The INC Incorporadora, embora entenda a decisão do Copom devido às preocupações com o cenário fiscal, considerou que a manutenção da Selic é um sinal negativo para a cadeia imobiliária: “Uma redução aceleraria a compra de imóveis no Brasil.”
Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano, destacou a diferenciação do impacto da Selic conforme a faixa de renda dos consumidores finais: “Para os clientes de baixa renda, as taxas de juros são fixadas de maneira independente da Selic, mas o regime de meta da inflação é fundamental para manter o poder de compra.”
A decisão do Copom reflete uma preocupação do setor imobiliário com os efeitos das taxas de juros sobre o mercado, especialmente considerando a recente dinâmica de vendas e os desafios econômicos enfrentados.
Informações retiradas de Ana Carolina Diniz a O Globo.