O copresidente da Cyrela, Raphael Horn, demonstrou otimismo em relação ao cronograma de lançamentos da incorporadora, apesar das preocupações com o cenário econômico do Brasil. A recente elevação da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central reforça as incertezas do setor imobiliário.
Na quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em um ponto percentual, passando de 13,25% para 14,25% ao ano. A decisão segue o plano previamente sinalizado para conter a inflação. Durante teleconferência com investidores e analistas, Horn avaliou o impacto da medida no mercado.
“Não tem animação para o Brasil no longo prazo. Um dia está fácil, outro está difícil. Nós estamos animados com a nossa grade de lançamentos, mas vamos ver como fica o mercado”, afirmou. Apesar disso, garantiu que, até o momento, a conjuntura macroeconômica não afetou os negócios da Cyrela.
O executivo também ressaltou que a estratégia de aquisição de terrenos seguirá firme, mas com cautela diante do cenário econômico. “Vamos continuar comprando todos os terrenos que achamos que são bons, mas tomando cuidado com o macro”, declarou.
Estoque de terrenos e impacto dos juros
Ao final de 2024, a incorporadora detinha um estoque de terrenos com potencial de lançamentos estimado em R$ 18,4 bilhões (parte Cyrela), uma redução em relação aos R$ 24,1 bilhões registrados no ano anterior.
O diretor financeiro e de relações com investidores da Cyrela, Miguel Mickelberg, afirmou que a alta dos juros já tem sido sentida tanto no financiamento dos compradores quanto nas obras, mas não deve alterar os planos da empresa. “A alta de juros não vai impactar a nossa estratégia e nosso apetite. Temos um balanço bastante sólido e alternativas de financiamento no mercado de capitais”, garantiu.
No que diz respeito aos compradores de imóveis, Mickelberg destacou que, até o momento, não há sinais de aumento na inadimplência ou nos distratos, mas que a empresa seguirá monitorando a situação ao longo do ano.
Resultados financeiros
A Cyrela encerrou o quarto trimestre de 2024 com um lucro líquido de R$ 497 milhões, um crescimento de 100% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, o lucro líquido totalizou R$ 1,649 bilhão, um avanço de 75% ante 2023. Segundo a empresa, o resultado foi impulsionado pelo aumento dos lançamentos e das vendas nos últimos trimestres, refletindo um crescimento na receita.
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Informações retiradas de Circe Bonatelli ao Estadão