Um novo relatório revelou que o aumento dos custos de seguro e a migração para áreas menos vulneráveis impulsionam a desvalorização de imóveis nos Estados Unidos. A mudança climática já impõe desafios severos ao país, com tempestades, enchentes e incêndios florestais impactando diretamente o setor imobiliário.
De acordo com um estudo da empresa de modelagem financeira de risco First Street, as mudanças climáticas podem gerar um prejuízo de US$ 1,47 trilhão (R$ 8,38 trilhões) no mercado imobiliário americano, atualmente avaliado em US$ 50 trilhões (R$ 294,77 trilhões). Entre os principais fatores que contribuem para a desvalorização estão o aumento dos custos de seguro e a mudança na demanda dos consumidores por imóveis em regiões menos suscetíveis a eventos climáticos extremos. Enquanto áreas costeiras enfrentam o avanço do nível do mar, regiões do interior lidam com ondas de calor, secas e inundações cada vez mais severas.
Crescente impacto dos custos de seguro
A análise da First Street destaca que a elevação nos custos de seguro tem forçado proprietários a deixarem áreas de alto risco climático, principalmente no Sun Belt, região sul e oeste dos EUA. As cinco áreas metropolitanas mais impactadas pela alta nos seguros são Miami, Jacksonville, Tampa, Nova Orleans e Sacramento.
Além disso, um estudo do banco JP Morgan estimou que os incêndios florestais na Califórnia podem custar às seguradoras mais de US$ 20 bilhões (R$ 117,9 bilhões), enquanto a AccuWeather projeta perdas econômicas entre US$ 52 bilhões e US$ 57 bilhões.
Riscos climáticos e mudanças migratórias
Baseado em modelos revisados por pares, o relatório prevê que os custos de seguro podem aumentar 29,4% até 2055, sendo 18,4% uma correção de “subprecificação atual” e 11% um ajuste devido ao risco climático. Além disso, estima-se que até 55 milhões de americanos possam se deslocar voluntariamente para áreas mais seguras até 2055, com 5,2 milhões migrando já em 2025. Essa mudança pode alterar o crescimento populacional nos estados do Sul e Sudeste, favorecendo regiões mais resilientes, como Montana e Wisconsin.
Adaptação climática e impactos econômicos
Os pesquisadores alertam que o estudo não leva em consideração possíveis medidas de adaptação, como construções mais resistentes ou estratégias de prevenção de enchentes. Além disso, a inflação, que pode influenciar a valorização imobiliária, não foi considerada na análise.
Jeremy Porter, chefe de implicações climáticas da First Street, enfatizou em comunicado que os resultados do estudo devem servir como um alerta para investidores e autoridades, permitindo a identificação de áreas de maior risco e auxiliando na formulação de estratégias para mitigar os impactos da crise climática sobre o mercado imobiliário.
Informações retiradas de Sofia Schuck à Exame.
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