A tokenização está chegando em todos segmentos empresariais, inclusive no imobiliário. Embora exista certo receio no setor em relação à essa nova tecnologia, os especialistas já apontaram a novidade como positiva e, ao que tudo indica, ganhará força.
Para o especialista em desenvolvimento e inovação imobiliária, Cleberson Marques, a desburocratização do processo de transações imobiliárias é uma das maiores vantagens de usar tokens ou criptomoedas.
Isso é ainda mais importante quando consideramos que, no ranking de países com maior facilidade em fazer negócios e proteger direitos de propriedade, o Brasil ocupa a 133ª posição entre os 193 países do mundo – esses dados constam no relatório Doing Business, do Banco Mundial.
Para se ter uma ideia, uma transação simples por aqui exige, no mínimo, 14 procedimentos – índice muito superior à média de 4,7 dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Nesse sentido, a desburocratização, segurança e agilidade proporcionadas pela tokenização irão impactar direta e positivamente o setor imobiliário quando os tokens foram adotados em cartórios. “O ganho de tempo, a praticidade e a dificuldade de fraudes são fundamentais para qualquer setor econômico e, no caso dos negócios imobiliários, isso irá eliminar uma cadeia de procedimentos que representam também um custo alto para o consumidor”, segundo Cleberson.
A tokenização também viabiliza o investimento no mercado imobiliário, uma vez que torna possível fracionar o valor monetário de um bem para vender partes dele. “Por exemplo, o proprietário de um imóvel avaliado no valor de R$1 milhão poderá fragmentá-lo em um milhão de tokens para que um milhão de pessoas tenham acesso à mesma oportunidade de rendimentos, porém cada uma com sua fração”, exemplifica.
O primeiro token utilizado no setor, chamado de Rib, foi criado pela empresa Ribus. A criptomoeda pode ser utilizada em toda a cadeia imobiliária e de construção incluídas na plataforma da empresa, além de serviços de arquitetura e engenharia.
Fonte: Estadão