Uma pesquisa realizada em São Paulo pelo Creci-SP, revelou um dado curioso: em 2021 houve uma mudança na forma de pagamento escolhida na hora de adquirir um imóvel usado. O levantamento, feito com 900 imobiliárias de 37 cidades do estado, mostrou que 49,39% das vendas em outubro foram quitadas à vista, 48% com financiamento bancário, 2,27% com parcelamento e 0,35% com carta de crédito de consórcios.
Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, tal mudança se deve a falta de oferta das instituições bancárias, bem como a demora na liberação do financiamento em caso de imóveis usados. Para ele, isto é um fator que inclusive impede o crescimento do mercado de imóveis usados:
“Alguns bancos até ofertam o crédito imobiliário, mas timidamente, quase escondido, quando deveriam fazê-lo maciçamente, usando todo o seu marketing de televisão, inclusive. As vendas neste ano poderiam ser muito maiores que os 20,9% acumulados de janeiro até outubro se os bancos abrissem as carteiras e dessem maior atenção a este segmento do mercado imobiliário”
Mesmo em um cenário de dificuldades de crédito apontadas por profissionais do ramo, os negócios ganhos de imóveis usados cresceram cerca de 6,82% em outubro sobre o mês de setembro.
Na opinião de Viana Neto, o aumento da taxa Selic e a inflação não vão travar o setor:
“Havendo oferta de crédito, haverá demanda garantida. Porque a população sabe que a prestação da casa própria é um investimento que garante segurança e um futuro mais tranquilo, ao contrário do aluguel.”
Fonte: Correio do Povo