A pandemia alterou as dinâmicas no mundo do trabalho e, mesmo com a retomada das atividades presenciais, a modalidade de trabalho home office é uma tendência que veio para ficar. O levantamento feito pela consultoria organizacional Korn Ferry mostrou que 90% das empresas vão adotar o modelo de trabalho home office integral ou híbrido para todos ou parte de seus colaboradores.
Essa nova demanda no mundo do trabalho vai de encontro à procura, por parte de compradores e locatários, por imóveis com ambientes mais divididos, que passaram a ser mais valorizados por, pelo menos, 35% das pessoas que optam pela compra e 28% entre os que pretendem alugar.
Há uma inversão de tendências, na qual a busca por espaços maiores e com mais divisões substitui a preferência por imóveis compactos no período pré-pandemia. Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP): “A mudança revaloriza imóveis antigos, incentiva novos projetos, aquece a demanda por moradia mais espaçosa em bairros afastados com metragem mais barata e também incentiva a procura por condomínios horizontais em cidades do interior ou por locais na praia”.
66% dos entrevistados durante o estudo demonstram contrariedade em se mudar para locais distantes, ressaltando com isso a importância em morar próximo às regiões com serviços e comércios.
Os espaços para serviços compartilhados também vêm sendo considerados uma opção na hora do orçamento, segundo a incorporadora Vitacon, especialista em imóveis de 20 a 70 metros em regiões com grande circulação, próximas ao metrô, ponto de ônibus, entre outras formas de transporte público.
“Já oferecíamos estação de trabalho para uso comum, mas, com o aumento da demanda na pandemia, estamos criando mais espaço para salas de reuniões e áreas isoladas para ligações telefônicas”, diz o CEO da empresa, Ariel Frankel.
Fonte: Valor