A construção civil terá seu maior crescimento em dez anos, em 2021, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). De acordo com a entidade, a expansão chegará a 7,6% neste ano.
“Este é o resultado do ciclo de negócios iniciado em 2020, com forte contribuição da taxa de juros em baixo patamar”, diz a entidade.
Segundo o levantamento de dados da CIBC houve um aumento de 37,6% nos lançamentos com 171.013 unidades na comparação anual, e 22,5% de crescimento das vendas para 187.952 unidades.
Vale ressaltar que a concessão de crédito somou R$ 171,847 bilhões, de janeiro a outubro, com expansão de 38,6% ante os 12 meses de 2020 em dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Já os financiamentos com os recursos do FGTS caíram 14%, até 9 de dezembro, para R$ 44 bilhões.
A CBIC afirma que o setor apresentou entre janeiro a outubro, o maior número de geração de vagas dos últimos dez anos.
O ano foi marcado por forte pressão de custos. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 13,46% de janeiro a novembro. Considerando-se apenas o INCC de materiais e equipamentos, a alta atingiu 23,26%.
Se o PIB aumentar construção poderá crescer 2% em 2022
Caso o Produto Interno Bruto (PIB) se expanda de 0,5% a 1%, construção civil pode crescer 5%. Empresas terão incremento de 4%, enquanto a autoconstrução apresentará queda de 0,6%, Os Investimentos públicos e privados na infraestrutura vão contribuir para o desempenho.
Em comunicado CBIC diz que “Esse é um resultado que estará, em grande parte, relacionado ao ciclo de negócios em andamento. Ou seja, as vendas no mercado imobiliário, que tiveram forte crescimento nos últimos dois anos, se traduzirão em obras e empregos”.
A entidade ressalta, porém, que “o ciclo precisa ser contínuo ou alimentado por novos negócios”. Com a elevação dos juros do crédito habitacional, o crescimento do mercado imobiliário será inferior ao deste ano. A CBIC avalia que o segmento de habitação popular “poderá sofrer em consequência do mercado trabalho ainda fragilizado, da grande informalidade, da renda deprimida e do elevado comprometimento do orçamento doméstico com outras despesas”. Na avaliação da entidade, a maior fonte de pressão de custos, no próximo ano, será o aumento de salários.
Fonte: Valor Investe