Em pouco mais de 15 minutos de helicóptero e mais 30 minutos pela rodovia Castello Branco, é possível sair da agitada Avenida Brigadeiro Faria Lima, no coração do centro financeiro do Brasil, e chegar a um verdadeiro oásis do mercado imobiliário. O condomínio oferece praia privada com ondas artificiais, campos de golfe, quadras de tênis, spa e muitas outras comodidades.
Localizado em Porto Feliz, a 100 km da capital paulista, o Boa Vista Village, do grupo JHSF, é um exemplo de “second home” (segundo lar) ou casas de veraneio em condomínios de luxo. Esses residenciais têm atraído um público de alta renda, incluindo executivos do mercado financeiro e celebridades.
Mercado de luxo
Fugir do caos da cidade grande para um local como este não é acessível para todos. Um levantamento da imobiliária MBras, especializada em empreendimentos de luxo, mostra que um imóvel desse tipo pode custar entre R$30 milhões e R$300 milhões em alguns condomínios. A empresa listou os cinco empreendimentos mais caros para se comprar uma casa de veraneio, baseando-se nos valores de negócios consolidados pela própria imobiliária.
Lucas Melo, diretor executivo da MBras, explica que os consumidores que buscam esses empreendimentos procuram imóveis com 600 a 700 metros quadrados de área construída, mas podem optar por casas de até quatro mil metros quadrados, dependendo do capital disponível.
Melo destaca que casos como o imóvel avaliado em R$300 milhões na Fazenda Boa Vista são excepcionais. “Esse negócio foi fechado por um empresário de 80 anos, que tem uma família grande e quis investir em um terreno de 50 mil metros quadrados, com 4 mil metros quadrados de área construída. É uma casa de 12 suítes, por isso a diferença de valores,” explica.
Aumento da popularidade
O professor de negócios imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, aponta que os condomínios de luxo no interior ganharam visibilidade extra durante a pandemia de covid-19, impulsionando as operações nesse período. Ele acredita que parte do sucesso desses empreendimentos se deve a “reunir os pares”, uma vez que o alto valor dos imóveis já define um público seleto de milionários e bilionários. “Quando você precifica o metro quadrado, já determina quem vai poder participar,” afirma.
Expectativas para o futuro
Thiago Alonso de Oliveira, presidente da JHSF, espera que o mercado de casas de veraneio de luxo se mantenha aquecido nos próximos anos. A incorporadora já planeja futuros lançamentos, como o condomínio de campo Fazenda Santa Helena, seguindo os moldes dos já tradicionais Fazenda Boa Vista, Boa Vista Village e Boa Vista Estates.
Oliveira destaca que a comodidade de acesso é um fator crucial para os clientes que buscam mais tempo para desfrutar com a família. Os empreendimentos da JHSF estão, em média, a no máximo 100 km de distância da capital paulista. “Não basta ser um local bacana se você demora três ou quatro horas para chegar nele,” diz.
Atração para endinheirados
Ajzental acrescenta que, além do público de alta renda de São Paulo, empreendimentos como o Boa Vista Village e Fazenda da Grama, que têm praias artificiais, atraem os ricos do interior paulista. Muitas vezes, esses compradores preferem adquirir imóveis nesses condomínios para evitar o trânsito e o tempo de viagem até o litoral do Estado. “Quando eu construo um condomínio desses no interior, eu atraio os ricos da capital e do oeste do interior, que em duas horas conseguem chegar nessa praia privada, sem ter de gastar horas e horas no trânsito,” conclui
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Informações retiradas de Wesley Gonsalves à Estadão