Se você nunca ouviu falar no sistema de casas por assinatura essa é a hora de conhecer. O modelo foi criado pela Housi, uma startup que surgiu em 2019 evoluiu e vem atingindo números surpreendentes nos últimos 2 anos.
Como funciona o serviço de casas por assinatura?
Para entrar na plataforma, o imóvel precisa se enquadrar em determinados padrões estéticos. O principal deles é ser moderno e clean, ou seja, bem decorado em estilo neutro de forma a agradar a todos os gostos.
Para isso eles oferecem um serviço de decoração que inclui do arquiteto ao pintor. Depois de adequado o apartamento é anunciado na plataforma da própria housi, assim como no Airbnb, Zap e Booking.
Mas a novidade
Aluguel com tudo incluso
Os imóveis são oferecidos prontos para morar, como se fosse um hotel ou Airbnb. E o processo de locação também é bem parecido, totalmente simplificado. Todas as contas (luz, gás, água, internet, TV a cabo) já estão incluídas no boleto.
Mas a novidade está na criação recente do que eles chamam de “AppSpace”. Trata-se de um aplicativo que reúne empresas especializadas, com produtos e serviços ligados à moradia, e que passam a “equipar” os empreendimentos da rede da Housi.
Em poucos meses, a empresa já atraiu cerca de 50 parceiros. A relação passa por nomes como Localiza, com um serviço de carro por assinatura; Unilever, com a Omo Lavanderia; Magazine Luiza, com o aluguel de eletrodomésticos; e BikeGo, de bicicletas compartilhadas.
“Esse modelo é o espírito puro de plataforma e permite uma infinidade de aplicativos e ofertas”, diz Alberto Ajzental, coordenador do curso de desenvolvimento de negócios imobiliários da FGV. “E traz algo que, em geral, os prédios não têm: inteligência.”
A partir desse conceito, a Housi tem a meta ambiciosa de crescer três vezes sua base de unidades ainda este ano. Uma das prioridades é fortalecer a presença no Norte do País, a única região que ainda destoa no “mapa de calor” da empresa.
Parcerias e a chegada da concorrência
Outra prática que fez a startup crescer, foi a parceria com incorporadoras de todo o país: a Housi prepararia os apartamentos para locação e administraria todos os contratos de aluguel. Antes, com presença apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro, a startup evoluiu para um portfólio superior a 60 mil apartamentos, em mais de 120 cidades. E já tem planos para ganhar ainda mais terreno, inclusive, fora do País.
“Estamos crescendo 350% ao ano e a projeção é superar R$ 100 milhões de faturamento em 2022. Temos um VGV (Valor Geral de Vendas) próximo de R$ 20 bilhões. Estamos falando de 4 a 5 vezes mais do que o volume de lançamentos da maior incorporadora do Brasil.” disse Alexandre Frankel, fundador da empresa.
Embora a Housi seja uma das empresas mais conhecidas que oferecem o serviço no Brasil, a recente fusão entre a Nomah (adquirida pela Loft) e Casai (mexicana que já captou US$53 milhões), abriu espaço para uma concorrência de peso. Juntas elas já administram 3 mil imóveis no Brasil e no México. A base de hóspedes chega a 200 mil.
O aluguel por assinatura vale a pena?
Estudos feitos pela Universidade de São Paulo (USP) apontam que foram construídos 250 mil imóveis compactos, com menos de 45 m², nos últimos 6 anos, um reflexo da demanda dos “studios” voltados para o modelo temporário de moradia
O aluguel por assinatura tem como público-alvo os estudantes e funcionários que viajam muito a trabalho. Porém, apesar da facilidade de alugar e da economia de tempo e dinheiro para mobiliar, vale ressaltar a importância de considerar todos os gastos necessários para mudança e se realmente vale a pena optar por essa modalidade de aluguel. Segundo Alberto Ajzental, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o aluguel por assinatura é uma mudança cultural.
“É uma mudança cultural na qual o imóvel aparece como uma parte da prestação do serviço. Antes, você tinha o setor imobiliário e hoteleiro bem definidos e afastados. Hoje em dia, temos no meio deles as novas locações que reúnem todas as facilidades que você precisa sem que isso tenha um grande custo de hotel”.
Fonte: VC S/A, Soluciona Síndico e Exame