O empresário Gustavo Favaron, 44 anos, está à frente de uma das maiores redes de networking do mercado imobiliário global. Sócio controlador do GRI Club desde 2020, ele lidera a operação de 11 escritórios distribuídos entre Brasil, Inglaterra, Emirados Árabes, Índia, México e Colômbia – com Cingapura prestes a entrar na lista. O foco é conectar empresários e investidores do setor em encontros de alto nível e fóruns de decisão estratégica.
Favaron entrou na empresa em 2010 e revolucionou o modelo de atuação ao criar o conceito de clube fechado, com associados que pagam cerca de US$ 10 mil anuais para acesso a eventos e uma rede social interna com 20 mil participantes. “Transformamos um negócio de eventos em uma plataforma global de relacionamento e conteúdo para o mercado imobiliário”, afirma.
O último encontro do GRI ocorreu em Abu Dhabi e contou com gestores da Mubadala e do Adia – dois dos maiores fundos soberanos do mundo, que juntos administram cerca de US$ 1,4 trilhão. Um nome marcante na história do GRI foi Sam Zell, lendário investidor norte-americano. “O Sam Zell foi nosso primeiro sócio com uma grife global. Ele entrou por volta de 2011 e abriu muitas portas para nós”, relembra Favaron.
Natural de Lins (SP) e formado em Direito e Ciências Políticas, Favaron começou sua trajetória em Londres, onde chegou a trabalhar como garçom. Mais tarde, entrou no setor de eventos e chamou atenção de Henri Alster, fundador do GRI. Inicialmente voltado apenas à realização de eventos, o GRI passou a operar com membros fixos sob a liderança do brasileiro.
Durante a pandemia, quando o setor de eventos parou, o GRI quase fechou as portas. “Foi uma pancada muito forte”, relembra. Enquanto Alster cogitava encerrar as atividades, Favaron propôs uma guinada digital: criou uma rede social e promoveu lives entre executivos globais. “Todos queriam falar e ouvir, porque ninguém sabia ao certo o que ia acontecer. Aí nós ganhamos fama e explodimos”, conta.
O movimento deu certo. Hoje, Favaron detém 40,5% do GRI, Alster tem 39,5%, e o restante está dividido entre sócios locais. Com o retorno dos eventos presenciais, o clube organizou 352 encontros em 2024, com destaque para o Brasil, principal praça da operação. “Somos um business internacional com pedigree brasileiro”, brinca o CEO.
O faturamento do GRI chegou a R$ 130 milhões em 2024, um crescimento de 50% em relação a 2022. Para 2025, a expectativa é de mais 30% de avanço, impulsionado pela expansão da base de membros, novos escritórios e a criação de um centro de educação com cursos para profissionais experientes.
Apesar de já ter recebido propostas de compra, Favaron não tem pressa. “Fomos procurados por fundos de private equity e family offices, mas não é hora. Estamos focados em crescer”, conclui.
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Informações retiradas de Estadão