O termo kitsch é bastante conhecido no mundo artístico, mas você sabia que existem duas possíveis origens para essa palavra? De acordo com alguns autores, kitsch vem do verbo alemão kitschen/verkitschen, que significa trapacear ou vender algo em lugar de outra coisa.
Já outros afirmam que o termo tem origem na língua inglesa, vindo da palavra sketch, que significa esboço. No século XIX, turistas americanos pediam por “sketches” para comprar obras de arte a preços mais baratos.
Em sua essência, o termo surgiu em um momento em que a produção industrial buscava imitar o artesanato, democratizando a cultura e economia. Porém, qualidade e profundidade filosófica são deixadas de lado em prol de atender às massas, o que distorce a estética e o significado do original.
Segundo o teórico Walter Benjamin, o kitsch busca trazer gratificação instantânea sem a necessidade de investimento intelectual. O estilo também pode ser visto como uma tentativa de alcançar um status sociocultural superior, por meio da absorção de elementos das classes mais abastadas e de um processo de renovação das elites.
Podendo ser aplicado à diferentes disciplinas desde a literatura, música, vestuário, decoração de ambientes e arquitetura. No que diz respeito aos objetos ou edifícios, podem ser considerados kitsch aqueles que apresentarem alguma das seguintes características: imitação (de obra de arte ou de outro objeto), exagero (nas cores, texturas, materiais ou proporções); ocupação do espaço equivocado (um carrinho de mão usado como floreira em um canteiro de obras) e perda da função original (uma jarra em formato de abacaxi, por exemplo).
O estilo kitsch na arquitetura é frequentemente visto em edifícios comerciais, como shoppings e hotéis, que buscam chamar a atenção com fachadas extravagantes e iluminação chamativa. Algumas características incluem elementos decorativos exagerados, mistura de estilos arquitetônicos, uso de materiais brilhantes e ênfase na ostentação.
Apesar de controverso, o kitsch pode ser entendido como uma forma de expressão artística que reflete a cultura e valores de uma época ou sociedade. Há também semelhanças entre o kitsch e o movimento pós-moderno, que busca gerar diferenciação individual e afirmação social.
Existem muitos exemplares icônicos da arquitetura kitsch em todo o mundo, e a cidade de Las Vegas concentra muitos deles, materializando o termo em um ideal de isenção social com edificações que remetem ao extremo luxo. Nela também são vistas recriações de monumentos existentes ao redor do mundo como a Torre Eiffel ou a Estátua da Liberdade inseridas em meio a outras edificações que competem entre si gerando um ambiente caótico.
Ao longo dos séculos, a manifestação kitsch na arquitetura nunca veio à tona como um grande movimento definidor, entretanto, se manteve sempre presente trazendo também importantes reflexões sobre o papel da cultura de massa como território de fronteira entre arte e arquitetura eruditas e populares.
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Informações retiradas do ArchDaily