A Selic tem ligação direta com o crédito imobiliário, pois é a partir dela que os bancos baseiam suas operações de crédito. Depois que a Selic saltou de 2% ao ano para os atuais 13,25% ao ano, as instituições financeiras tiveram que reajustar suas taxas.
Anteriormente os valores das taxas giravam em torno de 2,95% mais inflação IPCA ou de 6,25% ao ano nas linhas indexadas pela Taxa Referencial (TR), atualmente esses valores tiveram altas respectivas de 3,95% e 8,8%. No caso da Caixa, há taxas a partir de 2,80% para linha indexada à rentabilidade da poupança.
Quais as taxas do financiamento imobiliário com Selic a 13,25%?
- Santander: a partir de 9,49% ao ano mais TR
- Caixa: a partir de 8,7% ao ano mais TR
- Caixa IPCA: a partir de 3,95% ao ano mais inflação IPCA
- Caixa Poupança: a partir de 2,80% ao ano mais rentabilidade da Poupança (6,17% ao ano + TR)
- Caixa Prefixado: a partir de 9,75% ao ano
- Itaú: a partir de 9,50% ao ano mais TR
- Itaú Poupança: a partir de 3,45% ao ano mais rentabilidade da Poupança (6,17% ao ano + TR)
- Bradesco: a partir de 9,50% ao ano mais TR
- Bradesco Poupança: a partir de 9,16% ao ano mais TR
- Banco do Brasil: a partir de 9,15% ao ano mais TR
Vale lembrar que os juros mínimos são oferecidos apenas para um grupo seleto, também conhecidos como “clientes VIP” do banco, ou seja, aqueles com mais tempo de relação com a instituição e com bom histórico de crédito e investimentos.
Embora seja possível, na grande maioria das vezes é difícil ter acesso às taxas mínimas de financiamento. No entanto, é importante conhecê-las para poder negociar suas condições de pagamento da casa própria.
Bancos menores e condições especiais
É possível encontrar taxas interessantes em bancos menores, como por exemplo o banco de Brasília, que oferece taxas a partir de 7,99% ao ano mais TR.
As linhas de financiamento especiais da caixa e do programa Casa Verde e Amarela, também são uma ótima opção. E para os pró-cotistas, que são direcionados a uma parcela de pessoas com saldo no FGTS.
Cuidado com o CET e entenda os riscos
As taxas são variáveis de acordo com a linha de financiamento e também dependem do indexador escolhido para o contrato. Indexadores como IPCA e Poupança possuem taxas mais baixas, por outro lado, são muito inconstantes e, por isso, oferecem maior risco de mudanças nas parcelas e no total pago.
Já as linhas tradicionais atreladas à TR ou pré-fixadas as taxas são menores, porém com variáveis mais previsíveis.
É também importante se atentar ao Custo Efetivo Total (CET) do empréstimo, pois ele servirá como verdadeiro guia na hora de encontrar o financiamento, levando em consideração que o CET é o valor que você realmente deve pagar pelos valores que foram emprestados com o banco.
Porque as taxas subiram menos que a Selic
O aumento é menor por dois motivos principais: a concorrência entre os bancos e os recursos usados para esse tipo de crédito. Diferentemente de outras linhas de crédito, a maior parte dos contratos de financiamento imobiliário utilizam recursos do FGTS ou da poupança.
Em ambas as aplicações, os bancos pagam poucos juros para os investidores. Essa diferença é conhecida por spread.
Por exemplo, o FGTS remunera 3% ano mais TR, que flutua perto de zero, e a poupança, mesmo agora que está no seu momento de maior rentabilidade, só rende 6,17% ao ano mais TR. Isso é quanto os bancos pagam para ter acesso a esses recursos e poder emprestá-los a você.
Na hora de fechar contrato, os bancos cobram mais de 9% ao ano mais TR para os tomadores de crédito. Essa diferença de taxas, também conhecida como spread, é o que eles ganham com as operações.
Fonte: Valor investe