O mercado de aluguéis em bairros nobres de São Paulo e Rio de Janeiro registrou aumentos significativos nos últimos 12 meses, encerrados em julho. No Rio, o bairro de Ipanema liderou com um impressionante aumento de 35%, chegando a atingir R$96,80 por metro quadrado. Enquanto em São Paulo, a Vila Mariana viu um aumento de 25,7%, alcançando R$57,6 por metro quadrado, de acordo com dados da FipeZap+.
Os bairros mais caros por metro quadrado em São Paulo incluem Itaim-Bibi (R$80,20), Pinheiros (R$79,00) e Paraíso (R$63,10). No Rio de Janeiro, Ipanema lidera com R$96,80, seguido pelo Leblon (R$90,70) e Lagoa (R$57,4), conforme revela a pesquisa. O preço médio de aluguel por metro quadrado nas cidades pesquisadas foi de R$40,58.
Esses aumentos nos valores de aluguel superaram a média nacional para o período (16,27%), atribuídos a uma combinação de fatores que afetaram essas duas cidades, conhecidas por terem os aluguéis mais altos do país.
O índice de reajuste de aluguéis, o IGP-M, teve aumentos significativos nos últimos anos, com altas de 7,3% em 2020, 23,14% em 2021 e 17,78% em 2022. No entanto, muitos proprietários não acompanharam esses aumentos devido ao impacto da inflação e da pandemia na renda da população. Em 2023, o IGP-M acumulado em 12 meses até agosto está negativo em 7,2%, indicando uma desaceleração na escalada de preços, mas os aluguéis atuais não estão diminuindo.
A retomada do trabalho presencial e a falta de reajustes nos dois anos anteriores levaram os proprietários a atualizar os preços dos aluguéis neste ano. Além disso, a taxa básica de juros, a Selic, em um patamar elevado, tornou os financiamentos imobiliários mais caros. Durante a pandemia, houve uma forte demanda por imóveis, especialmente por aqueles com espaço para home office e apartamentos bem localizados.
O aumento da demanda por compra de imóveis está impulsionando os preços de locação no mercado imobiliário. Isso se deve à combinação de uma maior procura por imóveis e uma oferta reduzida, uma vez que as incorporadoras diminuíram os lançamentos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Essa tendência também está refletindo em preços mais altos de venda. No Rio de Janeiro, os bairros tradicionais, como Ipanema, Leblon, Flamengo, Botafogo e Copacabana, estão experimentando os maiores aumentos de preços, devido à demanda constante e à oferta limitada. Além disso, a escassez de imóveis se deve não apenas à falta de lançamentos, mas também à baixa qualidade de manutenção dos edifícios na cidade.
Com a tendência de queda da taxa Selic, os financiamentos imobiliários podem se tornar mais acessíveis, mas isso também pode impulsionar ainda mais os preços de compra de imóveis. No entanto, especialistas sugerem que uma estratégia é considerar a compra com financiamento no próximo ano, aproveitando as taxas de juros mais baixas.
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Informações retiradas de Estadão