No Brasil, economizar faz parte do dia a dia, e isso se reflete no mercado imobiliário. Uma pesquisa realizada pelo QuintoAndar, em parceria com o Datafolha, revelou que 65% dos entrevistados já desistiram de fechar um contrato por medo de pagar mais do que o imóvel realmente vale.
Embora fatores emocionais influenciem a compra, critérios práticos são fundamentais para determinar se o preço está alinhado com o mercado. “Para tomar uma decisão segura, é essencial conhecer bem o imóvel e ter acesso a informações confiáveis”, destaca Luiz Coelho da Fonseca, Diretor da Coelho da Fonseca.
Atendendo a um pedido do Estadão Imóveis, especialistas apontaram os principais aspectos que devem ser analisados na avaliação de um imóvel.
1. Localização: o grande diferencial
A localização é o fator mais determinante no preço de um imóvel. Clóvis Albuquerque, diretor comercial da construtora de alto padrão Procave, explica que a infraestrutura do entorno, a proximidade de comércios, escolas e áreas de lazer, além de projetos futuros para a região, impactam diretamente a valorização.
Além disso, características como segurança, mobilidade e acesso a serviços essenciais também entram nessa equação. “Dois apartamentos idênticos, no mesmo prédio, podem ter preços distintos se um deles tiver vista para o mar”, exemplifica Albuquerque.
2. Arquitetura e acabamentos do imóvel
Empreendimentos que trazem assinatura de arquitetos renomados, paisagismo sofisticado e acabamentos de alto padrão tendem a ter preços mais elevados. No segmento de luxo, espaços amplos, materiais nobres e infraestrutura de lazer diferenciada são fatores que agregam valor ao imóvel. “O comprador busca não apenas um imóvel, mas uma experiência personalizada de conforto e exclusividade”, acrescenta Albuquerque.
3. Estado de conservação e necessidade de reforma
Outro ponto crucial na precificação de um imóvel é o custo de eventuais reformas. O comprador deve avaliar a necessidade de ajustes estruturais, qualidade dos acabamentos, incidência de luz natural, altura do pé-direito e a disposição da planta. “O estado de conservação impacta diretamente no valor final da negociação”, ressalta Fonseca.
4. Potencial de valorização
Para quem investe no mercado imobiliário, a valorização do imóvel ao longo do tempo é um critério essencial. A recomendação é analisar os índices de crescimento da região por meio de relatórios divulgados por plataformas como QuintoAndar e FipeZAP, que monitoram o preço do metro quadrado em diferentes localidades. “Acompanhar tendências e movimentações do mercado permite tomar decisões mais estratégicas”, afirma Fonseca.
5. Cenário econômico e oportunidades de negociação
O contexto econômico influencia diretamente os preços dos imóveis. Durante a pandemia, por exemplo, os juros baixos impulsionaram a demanda e elevaram os valores. Já em 2024, com a Selic em patamares mais altos, o segmento de médio padrão perdeu força, abrindo espaço para negociações mais favoráveis aos compradores.
De acordo com o Relatório de Compra e Venda do QuintoAndar do terceiro trimestre de 2024, a diferença média entre o preço anunciado e o valor final do contrato foi de R$ 384 por metro quadrado. Isso significa que um imóvel de 80 m² pode ter um desconto superior a R$ 30 mil, tornando o momento propício para quem busca boas oportunidades.
No fim das contas, a chave para uma compra inteligente é aliar emoção e racionalidade, garantindo um investimento seguro e compatível com a realidade do mercado.
Quer continuar atualizado sobre o mercado imobiliário? Então se inscreva na nossa Newsletter. Todas as terças e sextas, às 7:15, nós enviamos no seu e-mail as principais notícias do mercado Imobiliário. Vejo você lá!
Informações retiradas de Breno Damascena ao Estadão