A imagem de um mercado imobiliário conservador fica cada vez mais para trás. O uso de algoritmos inteligentes – como inteligência artificial (IA), realidade aumentada (RA) e análise de dados – está revolucionando o setor. Um bom exemplo é como um joguinho criado 2016 – o Pokemon Go foi inspirador.
De tanto ver as multidões com celular na mão “caçando” os monstrinhos projetados em RA pelas ruas de Santos (SP), Leonardo Delfino teve a ideia de criar maquetes digitais em 3D com realidade aumentada.
Hoje elas são o carro-chefe da empresa, a Gerando Valor. A partir do projeto é elaborada a maquete digital 3D do empreendimento, que é acessada através de aplicativo.
“Basta apontar a câmera para um plano que a maquete aparece, com direito a detalhes como a água mexendo na piscina”, explica Delfino, CEO da empresa.
“O usuário pode aumentar, diminuir ou mudar os ângulos da imagem 3D pinçando com os dedos”, diz. E completa: “Tivemos aumento de 850% na procura neste ano”.
Algoritmos inteligentes inspiram a vanguarda do mercado
Também foram os algoritmos que proporcionaram à arquiteta Luciana Mendes, de Balneário Camboriú (SC), a oportunidade de democratizar seus projetos de decoração. Depois de passar um tempo fora do escritório devido a licença-maternidade, ela percebeu ao voltar, que a maioria das pessoas não estavam mais dispostas a pagar milhares de reais por um projeto personalizado, feito do modo tradicional e com um profissional acompanhando o andamento da obra – o que encarecia ainda mais o orçamento. Mas em vez de correr atrás de clientes que ainda optassem por esse tipo de serviço, decidiu inovar e investiu R$800 mil em tecnologia.
E assim surgiu a La Decora, uma startup de projetos de decoração online, desenvolvida com a co-fundadora Gabriela Accorsi. Parte do processo é automatizado para tornar tudo mais acessível.
Pelo aplicativo, o usuário responde a um questionário sobre preferências de decoração. Os arquitetos da companhia desenvolvem o projeto em até cinco dias e o cliente recebe imagens 3D de como a residência vai ficar.
Além disso, segundo ela, um projeto que duraria até 30 horas atualmente leva 2 horas com a ajuda dos algoritmos inteligentes. Com isso, a La Decora já tem parceiros de peso, como Tok Stok e Remax, que ofertam a solução em white label.
Inteligência de dados ajuda as imobiliárias a alugarem mais
Mas não para por aí. O La Decora já tem um setor de inteligência de dados para ler as informações coletadas. São estatísticas sobre as principais buscas para a decoração de cada, como cores e hábitos.
“Dessa forma, conseguimos ajudar as imobiliárias a organizar, decorar e mobiliar seus apartamentos para que fiquem mais fáceis de locar, de acordo com a demanda dos brasileiros”, explica Luciana.
Assim, a empresa já descobriu, por exemplo, que 67% dos consultados preferem tons claros, os modelos de cadeira executiva são a escolha de 47% das pessoas seguida pela estofada com rodinhas (25%), e o móvel preferido para guardar os livros são as prateleiras (41%), mas 37% preferem estantes abertas.
Portanto, os algoritmos inteligentes ajudam a entregar valor aos clientes, ajudando os insights para oferecer o que esperam encontrar. Até porque, segundo ela, a decoração vai muito além da estética, porque a maior relação é com o bem-estar:
“O ambiente faz com que a gente se transforme, que a gente tenha mais tranquilidade e autoestima”, justifica Luciana.
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Informações retiradas do Estadão