Uma pilha de imóveis para atualizar o cadastro, outra de clientes em potencial para contatar e mais uma de clientes para fidelizar. Isso sem falar nos aluguéis que precisam ser administrados, comissões que têm que ser pagas, contatos com possíveis parceiros para gerar mais oportunidades de negócios, visitas que devem ser feitas, vistorias, contabilidade da empresa, fluxo de caixa… Como o corretor pode lidar com o estresse no trabalho com uma rotina tão complexa e tumultuada?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por ano devido à depressão e à ansiedade no ambiente corporativo ou causado por ele. E esses dias perdidos custam caro à economia global: quase um US$ 1 trilhão de dólares (R$5,9 trilhões).
A situação é tão séria que ganhou nome e reconhecimento oficial da OMS como doença ocupacional. Desde 1º de janeiro de 2022, o chamado Burnout está oficialmente na Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
Inclusive, em setembro do ano passado, a OMS publicou novas diretrizes sobre a saúde mental no trabalho no WHO Guidelines on mental health at work.
O Burnout afeta profissionais de todas as hierarquias em todas as áreas, inclusive, é claro, no mercado imobiliário. Por isso, o corretor deve ficar atento ao estresse do trabalho, um assunto que merece atenção para melhorar sua saúde e, consequentemente, a sua produtividade.
O que é o estresse no trabalho – Burnout?
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças da OMS, o Burnout é uma síndrome resultante do estresse no trabalho já em sua forma crônica. Por isso, também é chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional.
Ou seja, o estresse no trabalho que não foi administrado corretamente e se tornou crônico é, sim, desde o ano passado, uma doença ocupacional.
Assim, como a síndrome está relacionada ao trabalho, de acordo com a legislação brasileira ela é de notificação compulsória. Isso significa que a empresa deverá reparar os danos de seus funcionários, mas também tomar medidas de prevenção da doença.
Aliás, o estresse no trabalho está cada vez mais comum por aqui. De acordo com um levantamento da Optum (empresa de consultoria que em gestão da saúde mental e bem-estar corporativo), o número de funcionários que buscou auxílio psicológico cresceu 250% entre 2011 e 2020 no país.
E o estudo da International Stress Management (Isma) vai pelo mesmo caminho. De acordo com a entidade, a força de trabalho brasileira é a segunda mais estressada do mundo. A pesquisa mostra que 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse e, 32%, de síndrome de Burnout.
No caso do corretor, algumas técnicas de vendas podem facilitar o trabalho e evitar o estresse. Nós preparamos um conteúdo exclusivo sobre isso que você pode acessar aqui.
Como identificar a Síndrome de Burnout?
Anteriormente vimos como a rotina do corretor é complexa e estressante. Mas a verdade é que, de um modo geral, elas estão cada vez mais cansativas, deixando os profissionais sobrecarregados.
E a necessidade de ser também cada vez mais competitivo, em um mercado bastante agressivo como o imobiliário, joga ainda mais estresse no trabalho. Inclusive, algumas dicas de Marketing imobiliário também ajudam o corretor a ganhar mais competitividade no mercado. Você pode conferir nesse artigo que preparamos para você.
De acordo com a OMS, o Burnout é caracterizado por três dimensões:
1 – Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho;
2 – Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;
3 – Redução da eficácia profissional.
Para quem está identificando essas situações em si mesmo ou na sua equipe, é preciso fazer o diagnóstico com um profissional especialista, no caso o psiquiatra e o psicólogo. Apenas eles podem realmente identificar o problema e orientar o tratamento de acordo com cada caso.
Orientações do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde também traz orientações sobre o estresse no trabalho. De acordo com o órgão, a Síndrome de Burnout envolve nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas.
Além disso, o constante estresse e falta de vontade de sair da cama ou de casa também podem indicar o início da doença.
O Ministério da Saúde, aliás, esmiúça um pouco mais os principais sinais e sintomas que podem indicar o estresse no trabalho:
- Sentimentos de derrota e desesperança;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Alteração nos batimentos cardíacos;
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Alterações repentinas de humor;
- Dificuldades de concentração;
- Problemas gastrointestinais;
- Dor de cabeça frequente;
- Negatividade constante;
- Alterações no apetite;
- Dores musculares;
- Pressão alta;
- Isolamento;
- Insônia;
- Fadiga.
Como evitar o estresse no trabalho?
O estresse é considerado o mal do século e a rotina cansativa tem tudo a ver com isso. Afinal, é muito difícil encontrar alguém que consiga deixar toda a tensão de um dia exaustivo apenas na empresa. O estresse no trabalho acompanha o funcionário em todas as horas, mesmo quando está de descanso.
Então imagine o corretor, que não tem horário certo e, muitas vezes, nem final de semana nem feriado de folga. A propósito, aqui você fica sabendo como pode melhorar sua performance no dia a dia e te ajudar a reduzir o estresse no trabalho.
Mas além disso, é claro que algumas mudanças podem reverter esse quadro e melhorar a saúde mental na imobiliária.
O que diz a OMS
Para a OMS, é preciso criar ações que ajudem os profissionais a enfrentar os riscos para a saúde mental. Pela primeira vez em suas diretrizes globais sobre saúde mental no trabalho, a OMS recomenda, por exemplo, o treinamento de gerente (ou cargo equivalente).
A ideia é construir sua capacidade de evitar ambientes de trabalho estressantes. Mas também saber responder aos profissionais em perigo de Burnout.
Outro ponto importante nas diretrizes é a recomendação de melhores maneiras de acomodar as necessidades dos trabalhadores já diagnosticados com Burnout, com intervenções que apoiem seu retorno ao trabalho.
De acordo com o DR. Teros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, o bem-estar do indivíduo é motivo suficiente para agir, mas a má saúde mental também pode ter um impacto debilitante no desempenho e na produtividade de uma pessoa.
“Essas novas diretrizes podem ajudar a evitar situações e culturas de trabalho negativas e oferecer proteção e apoio à saúde mental muito necessários aos trabalhadores”,diz.
Dicas para evitar o Burnout
Há várias medidas que podem ser tomadas para evitar o estresse no trabalho.
- Busque formas mais eficientes de fazer sua rotina, como a automação de processos. Com a ajuda da tecnologia você otimiza seu tempo, ganha mais produtividade e evita o estresse no trabalho;
- Procure identificar o causador do estresse. Mas procure ajuda profissional, com um psiquiatra ou psicólogo. Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica;
- Estabeleça prioridades. Aprenda a determinar o que é importante e o que é urgente para não se esforçar à toa por algo que poderia ter sido feito depois;
- Faça atividades físicas regulares. Qualquer tipo está valendo, como caminhada, corrida, academia, remo, bicicleta, futebol, etc.
- O consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas só pioram o estado de confusão mental, então evite;
- Evite o contato com pessoas negativas, que estão sempre reclamando de alguma coisa ou de alguém;
- Respeite seus limites. Não adianta pegar 40 coisas para fazer ao mesmo tempo se o seu máximo são 20;
- Planeje suas atividades diárias com um calendário bem estruturado com tudo o que você precisa fazer;
- Busque atividades que diferentes da rotina diária e que não tenham nada a ver com o seu trabalho;
- Passe a definir objetivos menores tanto na vida profissional quanto pessoal;
- Converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;
- Participe de atividades de lazer com amigos e familiares.
Com essas dicas você evita o estresse no trabalho, aumenta a sua produtividade e ganha muito mais qualidade de vida!
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